ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  17    CAMPO GRANDE 23º

Direto das Ruas

Durante inverno, tempo seco e queimadas ilegais preocupam moradores da Capital

Em Campo Grande, a taxa mínima da umidade relativa do ar foi de 25%, de acordo com Inmet

Mylena Fraiha | 17/05/2023 18:47

Na tarde desta quarta-feira (17), moradores dos bairros Taveirópolis e Tiradentes, em Campo Grande, presenciaram duas ocorrências de incêndios ilegais em terrenos baldios. Além de ser uma prática proibida, as queimadas contribuíram para a criação de fumaça, o que agrava ainda mais a situação com a chegada da temporada de tempo seco.

O editor audiovisual Wagno Tomassini Barcelos, de 47 anos, foi uma das pessoas que flagrou o incêndio no Bairro Taveirópolis. Ele destacou a gravidade dos incêndios ilegais nos terrenos baldios, devido à proximidade dessas áreas com uma região de preservação ambiental e o córrego da Lúdio Coelho.

“É fundamental preservar essa região, que inclui uma base aérea e um campo que são totalmente protegidos. Se um incêndio atingir essa área, imagine o prejuízo para a natureza e o risco de vida que as pessoas correm, principalmente durante o horário de trabalho”, explica Wagno.

Outro morador, de 37 anos, que preferiu não se identificar, relatou a situação vivenciada no Bairro Tiradentes. Ele explicou que o mato alto nos terrenos baldios foram alvo de queimadas ilegais, na tarde de hoje. "O que mais me revolta é a fumaça. Todos os dias temos que suportar essa situação. É um terreno diferente a cada dia que eles colocam fogo, e não há outra solução. Agora, com a chegada da seca, o mato vai secar ainda mais, e a tendência é piorar.

O morador também ressaltou que a região é repleta de terrenos baldios com mato alto e que as queimadas têm colocado em risco a saúde das pessoas devido à fumaça. “Todos sofrem com a fumaça, inclusive meu filho, que é asmático e tem crises frequentes por causa dessas queimadas. Além do mato alto, há também muito lixo jogado por aqui, o que aumenta o risco de proliferação do Aedes aegypti”.

Baixa umidade - Segundo informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a umidade relativa do ar mínima registrada nesta quarta-feira é preocupante, com valores críticos em diversas cidades do estado de Mato Grosso do Sul.

Em Campo Grande, a taxa mínima da umidade relativa do ar foi de apenas 25%, sinalizando uma situação crítica. Três Lagoas apresentou um valor um pouco mais elevado, porém ainda baixo, com 29%. Dourados registrou 43% de umidade relativa do ar, enquanto Ponta Porã alcançou 38%. Em Corumbá, a umidade ficou em 37%, seguida por Miranda com 35%.

De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão, as regiões leste e norte do Estado estão sofrendo com a influência de uma massa de ar seca. Não há previsão de chuvas até o final do mês e as temperaturas devem aumentar a partir deste fim de semana. Um alerta para a estiagem que está se intensificando na região.

Cuidados com a saúdeCom a chegada do inverno e aumento de queimadas, o pneumologista Dr. Ronaldo Queiroz destacou que é preciso reforçar algumas medidas preventivas, especialmente, quem tem algum problema respiratório. "É uma época delicada para as vias aéreas, especialmente para pessoas que têm doenças respiratórias crônicas, como asma brônquica e rinite. Isso ocorre porque, nessa época do ano, temos a combinação de ar frio e seco, o que irrita bastante as vias respiratórias”.

Para evitar essas doenças, é importante tomar medidas básicas, como evitar aglomerações, passar mais tempo ao ar livre nos parques, aumentar a ingestão de líquidos e, caso possua um umidificador, utilizá-lo algumas horas antes de dormir no quarto", recomenda Ronaldo.

Ele ressaltou a importância de tomar medidas preventivas, como evitar aglomerações, aumentar a ingestão de líquidos e evitar o tabagismo. "Se não tiver um umidificador, pode-se colocar uma toalha úmida na janela ou uma vasilha com água embaixo da cama para aumentar a umidade do ar durante o sono. Essas medidas ajudam a diminuir a baixa umidade do ar que agride as vias aéreas”, explica o pneumologista.

Nos siga no Google Notícias