Em meio à crise, empresa tira limites de cartões de crédito
Os clientes foram avisados por meio de mensagens nos celulares; para alguns limite total foi reduzido para R$ 1
Por meio de uma mensagem enviada no celular é que muitos clientes da Calcard, uma empresa administradora de cartões, ficaram sabendo que haviam perdido o limite de crédito de um dia para o outro. O motivo nada tem a ver com inadimplência ou o histórico dos clientes, mas com a pandemia do coronavírus.
Uma leitora do Campo Grande News, que pediu para não ter identidade divulgada, disse ter ficado “de boca aberta” com a atitude da empresa após receber uma mensagem em que a Calcard informava ter suspendido os limites de cartão de todos os clientes. “O momento que a pessoa mais precisa de dinheiro a pessoa zera o cartão? Eu fiquei abismada”, informou.
Outra cliente da empresa, a contadora Adriana Rodrigues de Oliveira, de 39 anos, disse ter recebido mensagem semelhante, informando que o limite dela havia baixado de R$ 2,2 mil para R$ 285. Ela verificou no outro dia e ficou surpresa ao ver que a diminuição tinha sido total. “Eles zeraram”.
Adriana procurou a empresa por telefone e pelas redes sociais, mas ainda não teve uma resposta sobre a situação.
O cartão Calcard é oferecido por uma loja de sapatos, mas é aceito em inúmeros estabelecimentos como farmácias e supermercados e é justamente por esse motivo que a empresa foi alvo de tantas críticas. Adriana, por exemplo, é uma das que usava o crédito para fazer compras em mercados e drogarias.
Na página do Facebook da empresa há centenas de reclamações semelhantes e a resposta da empresa é padrão: “ Devido a pandemia e as diretrizes do BACEN, tivemos que reavaliar nossa política de crédito. Essa foi umas decisão muito difícil para todos. Mas assim que tudo isso passar, poderá normalizar seu limite”.
O titular do Procon-MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor), Marcelo Salomão comentou que, aparentemente a situação parece irregular porque altera o contrato unilateralmente e orienta os clientes a procurarem o órgão de proteção ao consumidor para avaliar o teor do contrato firmado entre as partes.
A reportagem enviou mensagem pelas redes sociais, e-mail e tentou contato por meio do telefone da ouvidoria da empresa para ter detalhes sobre a situação, mas não obteve resposta.
Direto das Ruas – A sugestão chegou ao Campo Grande News por meio do Direto das Ruas, canal de interação do leitor com a redação. Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp pelo número (67) 99669-9563, pela ferramenta Fale Conosco ou por mensagem enviada via Facebook.
Para que sua imagem tenha mais qualidade, orientamos que fotos e vídeos devem ser feitos com o celular na posição horizontal.
