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Direto das Ruas

Falta material e pacientes esperam cirurgia internadas lado a lado

Marlene e Darci estão na fila de espera por transferência, já que na unidade não há material para as cirurgias

Geisy Garnes | 12/09/2018 08:15
As duas pacientes que aguardam cirurgia, lado a lado. (Foto: Direto das Ruasl)
As duas pacientes que aguardam cirurgia, lado a lado. (Foto: Direto das Ruasl)

As vidas de Marlene Araújo de Souza e Darci Duarte Pereira se cruzaram em um quarto do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. Diagnosticadas com problemas cardíacos, ambas se viram “companheiras” de espera por cirurgias que não podem acontecer por falta de equipamentos básicos na unidade.

Marlene, de 61 anos, saiu de Aparecida do Taboado para visitar a sobrinha em Campo Grande, mas depois de passar mal, descobriu que o coração estava com os batimentos fracos, em apenas 22%. O passeio se tornou uma internação, que hoje já dura quase 40 dias. Há 14, o diagnóstico apontou uma única saída, o uso do marca-passo.

Desde então, a paciente espera pela cirurgia, sem qualquer previsão de acontecer por falta de material. Segundo Jane Araujo Bento - sobrinha de Marlene - em três laudos entregues a família, os médicos reforçam a necessidade do marco-passo e alertam para o risco de liberar a paciente.

“O coração dela parar de bater de noite, ela corre o risco de cair e sofrer outros problemas além do cardíaco”, contou Jane. Na expectativa de passar por cirurgia, Marlene espera há 12 dias por umas transferência para a Santa Casa, ou até mesmo ao Hospital Universitário. “Só que não é fácil, não tem outro lugar”, destacou.

“Fui no setor de comprar, e eles falaram que ainda vão fazer licitação para comprar os materiais”, denunciou Jane, que junto com o primo, Jefferson Fernando Araujo de Souza, cuidam de Marlene no hospital.

Na cama do lado, Darci Duarte passa pela mesmo situação. Internada há cerca de 30 dias por conta de um infarto, a paciente de 68 anos espera para implantação de ponte de safena.

“Ela está com três vasos obstruídos, mas os locais não permitem colocar o stent, precisa fazer a ponte de safena. Na sexta-feira, os médicos falaram que a cirurgia ia acontecer nesta quinta. Ficamos ansiosos com a espera, mas hoje avisaram que infelizmente teriam que desmarcar porque não tem material básico para fazer a cirurgia”, explicou Catarine Coelho, 28 anos, nora de Darci.

No próprio hospital a família recebeu duas orientações, ou entravam na lista de espera para a transferência, ou tentavam a cirurgia judicialmente. “Tentamos a via judicial, mas falaram que o Hospital Regional, especificamente, não responde a demanda do juiz, assim o defensor público disse hoje”, lembrou.

Pelos corredores, as duas famílias escutam as mesmas histórias e desabafos. Para elas, a informação que chega é de que a falta de material é tão grave que pacientes que podem “esperar mais um pouco” estão sendo liberados e orientados a retornarem ao hospital em 15 a 20 dias, “para ver se os materiais já foram adquiridos”.

A reportagem encontrou em contato com o Hospital Regional para entender a situação, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta.

Direto das Ruas - A informação chegou à reportagem por meio do Direto das Ruas, canal de interação do leitor com a redação do Campo Grande News.

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