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Economia

Avalanche de atestados compromete comércio e preocupa empresários

Aliny Mary Dias | 12/12/2013 10:18
Reunião contou com secretário de saúde de Campo Grande  (Foto: Cleber Gellio)
Reunião contou com secretário de saúde de Campo Grande (Foto: Cleber Gellio)

A apresentação de atestados médicos por funcionários para as gerências das empresas vem aumentando nos últimos anos. Diante do número preocupante, os empresários do centro da Capital se reuniram com o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, na manhã desta quinta-feira (12).

O encontro foi proposto pelo Conselho Comunitário de Segurança do Centro da Capital depois do aumento de reclamações das empresas. Em um levantamento feito pelo conselho, 100 empresas foram pesquisadas do dia 1º ao dia 10 de dezembro e pelo menos 32 delas registraram apresentação de atestados médicos.

O convite ao secretário de saúde da Capital veio para que os empresários pudessem tirar dúvidas sobre o procedimento seguido pelos médicos ao fornecer o documento e também os direitos dos funcionários.

Diante das denúncias de possíveis atestados falsificados tanto por funcionários quanto por supostos médicos, o secretário foi enfático. “É um crime. É inadmissível que alguém falsifique um atestado, é um ato ilícito. Nós temos várias sindicâncias abertas na secretaria para apurar atestados emitidos”, explica Ivandro.

Secretário diz que comissão será criada para discutir o assunto (Foto: Cleber Gellio)
Secretário diz que comissão será criada para discutir o assunto (Foto: Cleber Gellio)

Uma das propostas da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) é que a secretaria faça uma campanha alertando os funcionários do perigo de forjar um atestado. Outra solicitação dos empresários foi para que os trabalhadores tivessem um atendimento mais rápido nos postos de saúde.

Sobre a segunda proposta, Ivandro afirmou que o projeto 3º Turno, onde atendimentos ambulatoriais são feitos das 17h às 21h, foi criado também para atender o trabalhador que fica ocupado durante todo o dia.

Entre os empresários, a maior preocupação é que haja uma maneira de verificar se os atestados apresentados pelos funcionários são verdadeiros. “Poderia haver um sistema para verificar a veracidade desses documentos”, sugeriu o presidente do conselho de segurança, Adelaido Luiz Spinosa.

Prejuízos – Um dos empresários indignados com a avalanche de atestados é Maico Franceschi, 34 anos, proprietário de uma empresa de marketing digital. Ele explica que recentemente perdeu quatro clientes em razão das faltas frequentes de dois funcionários.

Empresário levou atestado que é suspeito de ter sido falsificado (Foto: Cleber Gellio)
Empresário levou atestado que é suspeito de ter sido falsificado (Foto: Cleber Gellio)
Maico reclama de atestados frequentes (Foto: Cleber Gellio)
Maico reclama de atestados frequentes (Foto: Cleber Gellio)

Um deles, por exemplo, apresentou mais de 30 atestados neste ano e ficou cerca de três meses sem trabalhar. “É um prejuízo inestimável, eu trabalho com serviços, e quando perco um cliente outros acabam saindo junto”, desabafa.

Maico afirma ainda achar a situação de forjar atestados ou inventar doenças mais absurda por se tratar de pessoas com nível superior completo. “São pessoas bem esclarecidas que sabem o que isso pode trazer para a empresa”.

Uma das saídas encontradas pelo Secretário Municipal de Saúde na discussão que deve acabar no fim da manhã foi a criação de uma Comissão de Saúde do Trabalhador. O grupo deve contar com representantes do comércio, da secretaria e do CRM (Conselho Regional de Medicina).

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