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Economia

Com R$ 150 campo-grandenses levam apenas 12 itens da cesta básica para casa

Dados do Dieese apontam que valor da cesta básica para uma família com 4 pessoas é de R$ 1.960, na capital

Beatriz Magalhães | 22/11/2021 17:41
Óleo de soja é um dos produtos que apresentou alta em Campo Grande. A variação é de 2,16% (Foto: Kísie Ainoã)
Óleo de soja é um dos produtos que apresentou alta em Campo Grande. A variação é de 2,16% (Foto: Kísie Ainoã)

Para comprar itens básicos no supermercado, o consumidor deve levar mais de R$ 150,00 na carteira, e isso para produtos que durem no máximo uma semana e para apenas uma pessoa. A hiperinflação está forçando os campo-grandenses a terem na lista de compras apenas o básico e a pesquisarem preços.

De acordo com pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), referente ao mês de outubro, em Campo Grande o preço da cesta básica é de R$ 653,40, e foi apresentada uma variação de 3,15% se comparado ao mês anterior. Em relação aos últimos 12 meses, o preço dos itens básicos apresentou um aumento de 25,62%.

“O que mais entra em oferta é o arroz e o feijão, e daí eu aproveito para comprar né.

O empresário Quirino Valençoela faz as compras da semana (Foto: Kísie Ainoã)
O empresário Quirino Valençoela faz as compras da semana (Foto: Kísie Ainoã)

Lá em casa são seis pessoas e por mês R$ 100,00 compra só o arroz. A nossa compra custa em média R$ 1.200,00 por mês, pegando nada além do básico”, afirma o empresário Quirino Valençoela.

Os dados do Dieese apontam que o quilo do tomate registrou um aumento de 32,69% no preço. A justificativa é a maturação lenta do fruto, que acabou reduzindo a oferta. “Na semana passada eu paguei mais de R$ 9,00 no quilo do tomate. De verdura eu só percebi uma baixa na cebola, que deu uma melhorada”, completa Quirino.

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Nas gôndolas - Os itens variam de preço entre os mercados de Campo Grande, mas acabam ficando na mesma faixa. Contudo, para conseguir o melhor valor e dar aquela economizada, os consumidores precisam pesquisar. “Eu sempre pesquiso e compro onde estiver melhor”, afirma Quirino.

Em dois mercados visitados pela reportagem do Campo Grande News, R$ 152,93 compra 12 produtos, dentre eles itens básicos de alimentação e higiene.

Sem dinheiro - Com oito pessoas na mesma casa, a açougueira Neide Benites, 50 anos, sabe bem o quanto as coisas aumentaram dentro dos supermercados. Segundo ela, é preciso priorizar entre os itens essenciais e algum biscoito ou guloseimas para as crianças. “Eu sou avó e antes eu comprava além do que precisava, coisas para os meus netos. Agora é o básico mesmo, mas ainda assim tiro um dia para comprar o que eles querem”, pontua a avó.

E a priorização pelo mais importante não acontece apenas em casas com muitas pessoas. Para Rosangela Maria da Silva, a prioridade é carne de frango ou salsicha. “Somos só duas pessoas lá em casa, mas ainda assim é difícil comer carne. Olha só o preço que estão as coisas, é um absurdo. Eu busco comprar mais em redes atacadistas, porque comprando em quantidades maiores acaba compensando”, sugere.

Ainda segundo o Dieese, o valor da cesta básica para uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, custa em média R$ 1.960,20, mas o bolsa família que a dona de casa Jeise de Almeida, de 26 anos, recebe, não corresponde nem a 15% desse valor.

Com R$ 300,00 por mês Jeise precisa dar conta das contas de luz, do terreno que está

Jeise de Almeida e seus filhos (Foto: Kísie Ainoã)
Jeise de Almeida e seus filhos (Foto: Kísie Ainoã)

parcelado em 20 vezes no bairro Noroeste e da alimentação dos três filhos.“Não dá, aqui nós precisamos de doação para conseguir ter comida no armário. Eu recebo quase sempre cesta básica aqui em casa e minha mãe também me dá uma ajuda. Não consigo emprego porque não tenho com quem deixar meus filhos e o pai das crianças não paga pensão”, conta Jeise.



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