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Economia

Consumidor está mais atento, mas empresas insistem em ignorar direitos

Quantidade de atendimentos feitos pelo Procon em Mato aumentou 31,03% entre os anos de 2016 e 2017.

Ricardo Campos Jr. | 15/03/2018 12:56
Consumidor é atendido no Procon nesta quinta (Foto: Ricardo Campos Jr.)
Consumidor é atendido no Procon nesta quinta (Foto: Ricardo Campos Jr.)

A quantidade de atendimentos feitos pelo Procon em Mato Grosso do Sul aumentou 31,03% entre os anos de 2016 e 2017 e na avaliação do superintendente do órgão, Marcelo Salomão, isso mostra que os consumidores estão mais atentos e buscando seus direitos. Contudo, as empresas parecem não estar aprendendo a lição, já que velhos problemas ainda se repetem.

Nesta quinta-feira (15), quando se lembra o Dia Internacional do Consumidor, os dados mostram que ainda é preciso equilibrar as relações entre empresas e clientes.

A estudante Evelin Garcia Stasiak, 22 anos, por exemplo, comprou um celular que apresentou defeito 15 dias depois de sair da loja. Em conformidade com a lei, a empresa mandou ela levar o aparelho na assistência técnica, mas ainda assim ele continuou falhando.

“Eles desrespeitam demais. O negócio deles e só vender e vender, os consumidores que se virem. É desse jeito. Me senti totalmente em descaso”, disse.

Já a cabeleireira Maria de Lourdes Pinto Xavier, 64 anos, questiona a abusividade dos juros cobrados pela empresa que administra um cartão de loja que ela tem. Ela foi até a sede do órgão buscando orientações se teria ou não direito a questionar os R$ 200 que foram cobrados por 20 dias de atraso na fatura com direito a inclusão do nome no cadastro de proteção ao crédito.

“Concordo que se eu atrasei, é justo eles cobrarem os juros, mas uma coisa certa e justa. As empresas não têm o menor respeito pelos consumidores, de jeito nenhum”, afirma.

Sede do Procon em Mato Grosso do Sul (Foto: Ricardo Campos Jr.)
Sede do Procon em Mato Grosso do Sul (Foto: Ricardo Campos Jr.)

Estatísticas – De todos os 36.629 atendimentos feitos pelo Procon em 2017, 38,15% estavam relacionados a problemas com serviços essenciais, como transporte, água, saneamento, energia elétrica, entre outros. Foram 13.973 reclamações nessa área, segundo Marcelo Salomão.

Em segundo lugar apareceram assuntos financeiros, que somaram 9.411 queixas, o que resulta em 25,69% do total. Problemas envolvendo serviços privados ficaram em terceiro lugar, com 7,261 ocorrências.

Reclamações contra empresas de telefonia ainda são maioria. O órgão foi acionado 4.982 vezes para resolver questões envolvendo operadoras, o que corresponde a 13,48% do total. Queixas contra a Águas Guariroba ficaram em segundo lugar com 3.596 casos. Contudo, Salomão afirma que 84,7% desses casos foram resolvidos.

Já a concessionária de energia teve 3.237 reclamações no Procon ano passado, o que equivale a 8,76% do total.

Com relação aos problemas que mais afetam os consumidores, o pior é a cobrança abusiva, responsável por 21,14% (7.744) das queixas recebidas pelo órgão. Em seguindo lugar, falhas no SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), principalmente ausência de resposta, prazos muito longos e a não suspensão imediata do serviço). Já as cobranças indevidas somam 3.593 atendimentos, o que corresponde a 9,81% do total.

“O consumidor está mais atento e rigoroso com seu dinheiro, com aquilo que ele está gastando. Mas é um dia para comemorar? Não, ainda temos muito ainda que avançar. O consumidor não está sendo atendido”, conclui Salomão.

Consumidor está mais atento, mas empresas insistem em ignorar direitos
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