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Economia

Coronacrise derruba em 12,2% as vendas no comércio varejista do Estado

Dados da Pesquisa Mensal do Comércio apontam que efeitos da quarentena foram pesados sobre o varejo estadual

Rosana Siqueira | 16/06/2020 13:14
Covid exigiu novas medidas de segurança nas lojas do varejo (Paulo Francis)
Covid exigiu novas medidas de segurança nas lojas do varejo (Paulo Francis)

A coronacrise atingiu duramente as vendas no comércio varejista de Mato Grosso do Sul que caíram 12,2% em abril , na comparação com o mês anterior. O resultado reflete os efeitos do isolamento social para controle da pandemia de Covid-19. É o pior resultado desde o início da série histórica, em janeiro de 2000. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (16) pelo IBGE.

Na relação abril deste ano diante de abril de 2019, a queda fiou em 12,4%. Já no acumulado do ano o decréscimo ficou em 2,2%.

O recuo nas vendas no varejo atingiu, pela terceira vez desde o início da série, todas as oito atividades pesquisadas. A maior queda foi em Tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), seguido de Livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%).

É a primeira vez que a pesquisa traz os resultados de um mês inteiro em que o país está no quadro de isolamento social, já que ele começou a ser adotado na segunda quinzena de março.

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,8%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-17%), setores com atividades consideradas essenciais na pandemia e que tiveram avanço no mês passado, caíram em abril.

“Em março, podemos imaginar o cenário em que essas atividades essenciais absorveram um pouco das vendas das outras atividades que tinham caído muito, mas nesse mês isso não foi possível. Tivemos também uma redução da massa salarial que, entre o trimestre encerrado em março para o encerrado em abril, caiu 3,3%, algo em torno de 7 bilhões de reais. Isso também refletiu nessas atividades consideradas essenciais”, explica o gerente da PMC, Cristiano Santos.

Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-29,5%), Móveis e eletrodomésticos (-20,1%) e Combustíveis e lubrificantes (-15,1%) completam o grupo das atividades que tiveram queda em abril.

Já o volume de vendas do comércio varejista ampliado, que integra também as atividades de veículos, motos, partes e peças (-36,2%) e material de construção (-1,9%), caiu 17,5% nesse mês. “No caso do ampliado, ele já vinha numa queda intensa desde o mês passado (-13,7%), especialmente devido ao recuo em veículos, motos partes e peças”, comenta Cristiano.

O patamar de vendas chegou ao seu ponto mais baixo, registrando os maiores distanciamentos dos recordes históricos, tanto para o comércio varejista (22,7% abaixo do nível recorde, em outubro de 2014) quanto para o comércio varejista ampliado (34,1% abaixo do recorde, em agosto de 2012).

De acordo com o gerente da pesquisa, o resultado do volume de vendas no varejo é uma intensificação do resultado de março, quando o impacto não pôde ser sentido completamente. Do total de empresas coletadas pela pesquisa, 28,1% relataram impacto em suas receitas em abril por conta das medidas de isolamento social, contra 14,5% no mês de março.

Quando comparado com abril do ano passado, o comércio varejista de MS caiu 12,4%, com o recuo atingindo sete das oito atividades pesquisadas. As atividades com queda foram Tecidos, vestuário e calçados (-75,5%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-45,6%), Móveis e eletrodomésticos (-35,8%), Combustíveis e lubrificantes (-25,3%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-9,7%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-45,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-65,6%).

Geral - Em abril, a taxa média nacional de vendas do comércio varejista caiu em todas as 27 unidades da federação, com destaque para Amapá (-33,7%), Rondônia (-21,8%) e Ceará (-20,2%). Para a mesma comparação, no comércio varejista ampliado, a variação negativa também se deu nas 27 Unidades da Federação, com destaque para Amapá (-31,6%), Espírito Santo (-23,4%) e São Paulo (-23,3%).

Em comparação com mesmo mês do ano passado, a queda das vendas do comércio varejista nacional também foi registrada nas 27 unidades da federação, destacando-se Amapá (-42,8%), Rondônia (-40,8%) e Ceará (-33,8%). No comércio varejista ampliado, também em comparação com abril de 2019, todas as 27 Unidades da Federação mostraram resultados negativos, com destaque para Amapá (-41,4%), Ceará (-37,2%) e Rondônia (-35,9%).

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