Dívidas de empresas com nome sujo no Serasa ficam 14,5% mais caras em MS
Levantamento mostra que 111 mil empresas estão negativadas e o aumento do valor médio da dívida no Estado

Muita gente não sabe, mas empresa também pode ficar com nome sujo no Serasa. O valor médio das dívidas das empresas de Mato Grosso do Sul subiu 14,5% em um ano, segundo o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Em agosto de 2024, o débito médio era de R$ 2.861 e chegou a R$ 3.274,49 no mesmo mês deste ano.
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O valor médio das dívidas empresariais em Mato Grosso do Sul aumentou 14,5% entre agosto de 2024 e 2025, passando de R$ 2.861 para R$ 3.274,49, segundo dados da Serasa Experian. No estado, 111.215 mil empresas estão negativadas, parte das 707 mil registradas na região Centro-Oeste. Em âmbito nacional, o cenário é igualmente preocupante, com 8,1 milhões de empresas inadimplentes, maior número da série histórica. O setor de Serviços lidera com 54,3% das inadimplências, sendo que micro, pequenas e médias empresas são as mais afetadas, acumulando R$ 179,1 bilhões em dívidas.
O levantamento mostra que 707 mil negócios estão negativados na região Centro-Oeste, sendo destes 111,2 mil em Mato Grosso do Sul, somando dívidas que refletem um cenário de crédito mais caro e difícil de recuperar.
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Em todo o país, o tíquete médio aumentou 12,1%, passando de R$ 2.977,40 para R$ 3.339,10 e o total de empresas inadimplentes alcançou 8,1 milhões, o maior volume da série histórica.
A empresa negativada perde crédito na praça, ou seja, fornecedores e bancos passam a negar novos financiamentos e compras a prazo; pode ter contratos suspensos ou cancelados, caso haja cláusula de inadimplência, e enfrenta dificuldade em participar de licitações públicas (no caso de prestadoras de serviço ao poder público).
De acordo com a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack, o aumento é resultado direto do acúmulo de débitos e das altas taxas de juros. “Como cada empresa tem, em média, 7,4 dívidas atrasadas, esses saldos se somam, o que acaba elevando o tíquete médio. As condições de negociação estão mais restritas, o que dificulta a saída da inadimplência”, explicou.
O estudo também revela que o setor de serviços concentra 54,3% das empresas inadimplentes no país, seguido por comércio e indústria. A maioria dos débitos (76,6%) está fora do sistema financeiro, e apenas 23,4% correspondem a dívidas com bancos ou financeiras.
As micro, pequenas e médias empresas continuam sendo as mais afetadas: representam 7,7 milhões de CNPJs negativados e acumulam R$ 179,1 bilhões em dívidas.
Apesar do quadro nacional, Mato Grosso do Sul tem a segunda variação mais intensa entre os estados da região, com 14,5%, enquanto Goiás teve alta de 11,2% e o Distrito Federal, de 5,2%. Já Mato Grosso lidera o ranking com salto de 19,8% no tíquete médio, passando de R$ 2.823,03 para R$ 3.381,15.
De acordo com a Jucems (Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul), em agosto, 1.074 empresas foram constituídas no Estado, enquanto 679 foram extintas no mesmo mês. Em relação a 2024, em agosto, 913 empresas foram criadas em MS e 548 negócios foram extintos, havendo um aumento em relação aos dois índices de um ano para o outro.
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