Ryshard pede Doritos e ganha Papai Noel em viatura da PRF na escola
Menino de 8 anos queria o salgadinho preferido do irmão, uma bola e uma fantasia de desenho infantil

O dia começou de um jeito diferente na Escola Gonçalina Faustina de Oliveira. De repente o Papai Noel entrou no local, e dessa vez o carro oficial do bom velhinho não foi trenó ou disco voador, mas uma viatura da PRF (Polícia Federal Rodoviária). Entre as inúmeras cartinhas que ele recebeu, uma chamou mais a atenção, a do pequeno Rhyshard, que pediu algo inusitado: um pacote de Doritos. Todos alunos receberam o Papai Noel com muita animação e fizeram fila para poder entrar no carro e tocar a sirene.
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Ao todo 30 alunos receberam presentes. A atitude foi uma parceria entre a professora de Rhyshard e o policial rodoviário federal Oziel Saldanha. “Era uma para ser uma coisa simples e virou algo muito bacana. Uma professor pediu uma ajuda nas cartinhas na escola, eu peguei 30, dei um jeito, trouxe na delegacia, uns ajudaram e a gente acabou desenrolando”.
A carta de Rhyshard, de 8 anos, tocou muito no agente policial. Ele explica que além do salgadinho, o menino pediu uma bola e uma fantasia. Oziel resolveu atender todos os pedidos do menino e quem entregou foi o Papai Noel.
“Eu sempre faço isso desde 2011 em um projeto, mas dessa vez foi fora. Agora a gente quer ver se comprar cadeira elétrica pra ele. Projeto social é uma coisa complicada, porque você entra e depois você não consegue mais sair, você se sente tão realizado quando vê o sorriso das crianças, quando realiza o sonho delas, às vezes com tão pouco.Pra mim é muito gratificante e muito emocionante. Dá muito trabalho, mas é muito gratificante, eu me sinto assim, um privilegiado em poder trazer um pouquinho de alegria para essas crianças”.
Oziel conta que a parte da viatura é a mais aguardada pelos pequenos, que fazem fila para poder entrar no carro e tocar a sirene. Como Rhyshard é uma criança que nasceu com a deficiência tetra amelia com a ausência de três membros, ele aperta os botões para soar o alarme característico da Polícia com os pés.
Ao Lado B, a mãe,Thaynara Aparecida Gomes explica que o filho pediu um Doritos porque é o salgadinho preferido do irmão. A atitude emocionou a mãe, que só ficou sabendo quando foi buscar ele na escola.

“Ele é muito apegado aos irmãos, principalmente mais velho. ele é o braço direito dele, por isso ele pediu o Doritos. Quando ele pede alguma coisa ele sempre pensa nos irmãos. Ele falou que ganhou o Doritos mas tinha comido e eu comprei outro para ele comer. Ele pensa demais nos irmãos. Até quando dão frutas ele traz para dividir”.
Thaynara conta que o filho é um guerreiro. Nasceu com 6 meses, ficou internado por 18 dias, mesmo com os médicos alegando que ele não tinha expectativa de vida. Hoje, ele tem 8 anos e é uma criança 80% independente.
“Ele faz tudo sozinho, comer sozinho, escreve com o pé, faz de tudo. Ele é uma criança extremamente sonhadora. Com um ano e três meses ele fez 7 cirurgias onde ele teve paradas cardíacas e respiratórias, depois com três anos e pouco ele fez mais duas cirurgias e no total foram 9. Todo dia ele me mostra que não posso desistir, porque ele nunca desistiu”.
A professora Adrielly Souza da Costa disse que vê muitas necessidades nos alunos e queria deixar o Natal um pouco melhor.
“Aqui na periferia, saída para Sidrolândia, e eu tenho alguns alunos muito carentes, que tinham mochila com zíper estourado e estavam usando, mochila furada, remendada, chinelo arrebentado. Chegando ao final do ano eu propus fazer uma cartinha com eles, eles iam colocar três opções de presentes assim, roupa, calçado, brinquedos, mas nada de eletrônico, celular, essas coisas”.
A ação também contou com a ajuda de outro professor, ou melhor, Papai Noel. Para Adrielly, a emoção foi grande.
“Fiquei muito feliz de poder ajudar, de fazer a diferença na vida deles, que eu sei que eles nunca mais vão esquecer esse final de ano. E teve criança que falou pra mim: hoje é o dia mais feliz da minha vida. Teve criança que chorou de emoção, porque eu perguntei, por que você tá chorando? Ele falou assim, eu tô muito feliz”.
Para ela, a união de todo mundo fez com que isso acontecesse. “Os olhinhos deles brilhavam. Foi, foi muito recompensador, uma sensação muito boa mesmo”.
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