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Economia

Dólar alto inverte fluxo na fronteira e paraguaios dão lucro a brasileiros

Lidiane Kober | 24/02/2014 08:35
Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero registra mudança no movimento com o dólar alto (Foto: João Garrigó/Arquivo)
Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero registra mudança no movimento com o dólar alto (Foto: João Garrigó/Arquivo)

Após 20 anos de filas nos postos de combustível do Paraguai, o dólar alto ajudou a inverter o fluxo de consumidores na fronteira e, agora, os “hermanos” é que dão lucro aos brasileiros. Em alguns estabelecimentos, o movimento aumentou 300% e o clima de ascensão também é realidade em supermercados e lojas de roupas, que registram acréscimo de até 25% nas vendas.

“Todo mundo está comprando no Brasil”, comemorou o presidente da Associação Comercial de Ponta Porã, Eduardo Gaúna. “Em alguns postos, o movimento aumentou em torno de 300%”, detalhou. O resultado, segundo ele, é mais investimento na cidade. “Nos últimos 60 dias, abriram dois novos postos (de combustíveis) e, em 30 dias, outro será inaugurado” destacou.

Gaúna explicou que a inversão de fluxo é reflexo direto do aumento do dólar que, em um ano, passou a valer R$ 0,42 a mais, de R$ 1,96 para R$ 2,28. “Além disso, o preço do combustível subiu no Paraguai”, acrescentou.

Gerente há dois anos do Auto Posto Central, Celeida Lopes Antunes comemora o bom momento do comércio brasileiro. “Há 20 anos, só eles estavam ganhando, agora, é a nossa vez”, disse. Segundo ela, o preço da gasolina é quase o mesmo, já o diesel está mais caro no país vizinho.

“Ainda tem alguns turistas que, por falta de informação, compram no Paraguai, mas a maioria já está sabendo que não compensa. Além deles, ganhamos muitos clientes paraguaios”, ressaltou Celeida. A inversão de fluxo, conforme ela, dobrou o movimento e a empresa precisou ampliar de cinco para nove o número de frentistas.

Já em Coronel Sapucaia, também divisa com o Paraguai, o único posto de combustível do município não observou tantas modificações. “Somos a única opção da cidade, então, imagino que por isso as coisas não mudaram”, comentou a gerente do estabelecimento, Rosa Rodrigues de Lira.

Comércio em geral – Também por conta do aumento do dólar, em Ponta Porã, o comércio local vem acumulando resultados positivos. “Em janeiro deste ano, o movimento foi 25% maior se comparado ao mesmo período de 2013”, revelou Eduardo Gaúna. “Hoje, só está mais barato no Paraguai produtos eletrônicos, perfumes e bebida”, completou.

Nos supermercados, segundo ele, 45% dos clientes são paraguaios. “O bom momento é tamanho que dois hipermercados abriram na cidade”, destacou. “Um deles, inclusive, abriu na avenida de fronteira”, emendou para reforçar a inversão de fluxo dos consumidores.

No Supermercado Bom Gosto, conforme o gerente Gilberto da Silva Bambil, o movimento aumentou 15%. “Temos muitos clientes do Paraguai e estamos investindo em atendimento para segurar os novos consumidores”, comentou.

Em Paranhos, outra cidade fronteiriça, o comércio local também está ganhando mais clientes. “Não compensa mais ir para o Paraguai”, afirmou a gerente do supermercado Moreira, Fabiola Marques Moraga. Ela também vem observando incremento nas vendas e comemora o bom momento.

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