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Economia

Fomento ao turismo na fronteira é tema de seminário em Ponta Porã

Nyelder Rodrigues | 18/11/2016 22:51
Evento reuniu gestores do setor para articular maneiras para integrar e fomentar o turismo nesta região (Foto: Divulgação)
Evento reuniu gestores do setor para articular maneiras para integrar e fomentar o turismo nesta região (Foto: Divulgação)

Ponta Porã - cidade localizada a 322 km de Campo Grande - recebe entre hoje (18) e domingo (20) o 3º Seminário de Turismo de Fronteira Brasil-Paraguai, evento realizado em parceria entre várias entidades da iniciativa privada e públicas, interessadas em fomentar e desenvolver o setor nesta região.

Do lado brasileiro, promoveram o seminário Fecomércio-MS (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso do Sul), prefeitura de Ponta Porã, CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Sindivarejo de Ponta Porã, Sebrae, Convention & Visitors Bureau - Ponta Porã sem Fronteiras e ACEPP.

Já entre as entidades paraguais participantes, estão a Câmara de Indústria, Comércio y Turismo e a Senatur (Secretaria Nacional de Turismo do Paraguai). O objetivo é debater e integrar ações para estes locais.

"É um trabalho que fazemos junto nas fronteiras. A CNC vem promovendo isso pois é um tema importante, contamos no Brasil com 11 estados com fronteiras, explica Márcia Alves, assessora técnica do Conselho Empresarial de Turismo da CNC.

Márcia ainda completa que "além do ponto de vista cultural e social, do ponto de vista econômico é positivo porque as duas cidades tem a ganhar, é um trabalho em conjunto. É um turismo que traz competitividade, mas precisa planejamento, políticas públicas. Tem que sentar e discutir um plano bilateral", comenta.

A assessora do CNC frisa que Mato Grosso do Sul, por fazer fronteira com dois países, está em situação privilegiada. Porém, atualmente, o Rio Grande do Sul é o estado que melhor aproveita o turismo de fronteira. Já a cidade usada como exemplo é a paranaense Foz do Iguaçu, onde estão as Cataradas do Iguaçu - dupla fronteira com Paraguai e Argentina.

Já Nilde Brun, secretária executiva do Conselho Empresarial de Turismo da Fecomércio e secretária geral da Federação, destacou que o conselho visa atender necessidades dos empresários, mas em um primeiro momento trabalha alinhado à CNC.

"É a CNC que dá as diretrizes de desenvolvimento, e o turismo de fronteira é uma diretriz deles. É uma região que as vezes as pessoas tem preconceito, mas se você visitar, vê a diversidade e beleza que há na fronteira. A população é solícita, é do bem. Precisamos quebrar essas barreiras e tornar o turismo atividade de desenvolvimento", afirma Nilde.

Ela também comenta que é necessário que haja consenso entre as cidades dos dois lados da fronteira e que não exista diferenças administrativas entre eles. "Não pode existir 'esse lado é Brasil, esse é Paraguai ou Bolívia'. Essa união também deixa mais barato os investimentos", diz Brun.

Hoje, o evento contou palestras e mesas redondas sobre o tema, discutindo gargalos e oportunidades para o turismo de fronteira, mais especificamente em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. Na próxima semana, o turismo na fronteira será tema de evento realizado em Corumbá - cidade localizada a 419 km de Campo Grande.

Rota aérea - Pedro Gonzales, governador do departamento de Amambay - equivalente a um estado brasileiro -, cujo capital é Pedro Juan Caballero, também participou do evento e afirmou que investimentos estão sendo realizados na região, como a construção de um aeroporto e chegada de novas indústrias que podem fortalecer também o turismo.

Além disso, ele comenta que pretende vir ao Brasil para pedir um voo entre Campo Grande e Pedro Juan Caballero, pois um entre a capital de Amambay até Assunção já é oferecido. "Hoje conversei com o gerente da empresa e ele quer uma linha entre Campo Grande e Pedro Juan", destacou Gongales, que completou.

"Às vezes temos que buscar os empresários para fechar negócios em Campo Grande porque não há essa linha. Gostaríamos que as autoridades brasileiras trabalhassem conosco. Já combinei com o gerente dessa empresa em ir até o Brasil tratar disso", comenta o governador de Amambay, que também disse que irá pedir ajuda ao deputado estadual Carlos Marun (PMDB).

Gonzales também destaca que a fronteira já está acostumada com o turismo de compras, que recebe pessoas de todo o Brasil e alimenta a economia local, gerando empregos no varejo e hotelaria. "Isso funciona a bastante tempo. Há também o turismo empresarial. Mas as pessoas pernoitam só dois dias, queremos que os turistas fiquem mais".

"As universidades de medicina no Paraguai também fomentam o turismo. Hoje são 7 mil alunos, podem aumentar para 9 mil ainda. E eles recebem visitantes, pais, irmãos. Isso gera turismo para nós também. O turismo está crescendo, necessário investimento nesse setor", finaliza.

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