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Economia

Geração de energia no MS pode crescer 50% com usinas no Rio Pardo

Aneel apresentou estudo que identificou a viabilidade de produzir mais 130 MW com construção de novas unidades

Jones Mário | 06/06/2019 12:22
Diretor-geral da Aneel, André Pepitone da Nóbrega disse que geração de energia no Estado pode crescer até 50% (Foto: Jones Mário)
Diretor-geral da Aneel, André Pepitone da Nóbrega disse que geração de energia no Estado pode crescer até 50% (Foto: Jones Mário)

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) apresentou hoje, em Campo Grande, estudo de potencial hidrelétrico da bacia do Rio Pardo. O levantamento identificou que sete PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) podem ser construídas na área, e, juntas, teriam 130 MW de potência.

Segundo o diretor-geral da Aneel, André Pepitone da Nóbrega, o inventário apresentado prevê “agregar em praticamente 50% a potência hidráulica já instalada no Estado”. Atualmente, Mato Grosso do Sul pode produzir até 2,5 GW, dos quais 2,2 GW oriundos das 49 usinas termelétricas e 0,3 das 33 unidades hidrelétricas.

Chamado de Inventário Participativo de Potencial Hidrelétrico, o estudo foi apresentado hoje no auditório do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). A entidade ambiental participou do levantamento.

Conforme a Aneel, os 130 MW de potência identificados na bacia do Rio Pardo são suficientes para abastecer população de 1 milhão de pessoas ou 322 mil residências. A agência aponta ainda que a construção das PCHs pode viabilizar investimento de R$ 1 bilhão para o Estado.

O inventário aprovado pela Aneel prevê a viabilidade para instalação de cinco PCHs no Rio Pardo: Barreiro (24,1 MW), São Sebastião (23,9 MW), Cachoeira Branca (21 MW), Botas (18,2 MW) e Recreio Jusante (13 MW). Outras duas seriam construídas no Ribeirão das Botas, afluente do Pardo: Cervo (16,1 MW) e Ribas (13,6 MW).

Presente no lançamento do estudo, o titular da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, explicou que a participação do Imasul na elaboração do inventário dá maior segurança ao futuro empreendedor interessado na construção de uma PCH.

“Antes, esses investidores identificavam o potencial, ficavam um, dois anos até fazer o registro na Aneel e quando chegavam no órgão ambiental, por uma questão de criticidade, não era aprovado. Se perdia muito tempo. Agora nós temos uma sinalização de qual é o potencial desse rio e a partir daí começa todo o processo ambiental. Isso não quer dizer que todas as sete serão autorizadas ambientalmente”, detalhou.

No início do levantamento, a Aneel havia identificado 11 empreendimentos possíveis, nos rios Pardo, Ribeirão das Botas e Anhanduí, com capacidade de gerar 197 MW. O Imasul diagnosticou impedimentos em quatro deles.

Impacto – O reservatório de uma PCH pode usar até 13 km² de área para implantar o reservatório. De acordo com a Aneel, os sete empreendimentos na bacia do Rio Pardo demandariam 35,2 km², equivalentes a 3.520 campos de futebol.

Verruck reforçou que a elaboração do inventário não garante que todas as PCHs serão licenciadas, uma vez que ainda dependem de levantamento de impacto ambiental. “Não existe pré-licenciamento. Quer dizer que existe o potencial, existe o efeito sinérgico. Não é esse o impedimento mais. Com esse estudo é possível que o Imasul faça uma avaliação sinérgica e até identifique que em uma das sete não seja possível fazer [a PCH], em função de impacto em área urbana, em rio, fluxo de água, crescimento de peixes”.

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