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Meio Ambiente

Liminar contra desmate no parque empurra obra da Sefaz para 2020

Desmate de 3,3 hectares provocou protestos, virou ação popular e, atualmente, está suspenso pela Justiça

Aline dos Santos e Jones Mário | 06/06/2019 11:20
"Na melhor das hipóteses, a obra começaria no ano que vem", diz Verruck. (Foto: Henrique Kawaminami)
"Na melhor das hipóteses, a obra começaria no ano que vem", diz Verruck. (Foto: Henrique Kawaminami)

Com a suspensão do procedimento de licenciamento ambiental ordenada pela Justiça, o governo avalia que a construção da nova sede da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda), no melhor dos cenários, só começa em 2020.

A obra será no Parque dos Poderes, mas o desmatamento de 3,3 hectares provocou protestos, virou ação popular e, atualmente, está suspenso por decisão judicial.

De acordo com o titular da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familia), Jaime Verruck, caso a liminar fosse derrubada hoje, o procedimento de licenciamento ambiental no Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS) seria finalizado em 40 dias. “E até fazer o processo licitatório. Na melhor das hipóteses, a obra começaria no ano que vem”, afirma.

O secretário destaca que antes de lei aprovada no ano passado, o desmatamento era liberado em todo o Parque dos Poderes. Com a legislação, o desmate ficou restrito a onze áreas pré-selecionadas para receber órgãos da administração estadual.

“Fizemos o ordenamento de uso do parque, que foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa. Antes, podia-se desmatar tudo e nós regularizamos isso. Importante lembrar que a área é no Parque dos Poderes e não na unidade de conservação”, afirma.

De acordo com Verruck, a Secretaria de Fazenda já dispõe do projeto e recursos para a obra. Nesta quinta-feira (dia 6), o secretário participou de evento no Imasul.

Urgência - Com tarja de urgente, o governo do Estado entrou com pedido de suspensão da liminar que proibiu. A solicitação foi encaminhada ao presidente do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Paschoal Carmello Leandro, no último dia 28 e ainda não houve decisão.

A retirada da vegetação foi solicitada pelo governo do Estado ao Imasul, cujo procedimento administrativo recebeu numeração 03556/2018. Com protestos virtuais e no Parque dos Poderes, o advogado Ricardo Pereira dos Santos entrou com ação popular na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande.

De acordo com ele, apesar da Lei Estadual 5.237, publicada no ano passado, liberar áreas do parque para desmatamento, o governo entrou com o pedido de retirada da vegetação sem apresentar estudos de impacto ambiental e de compatibilidade da obra com o local.

A PGE (Procuradoria-Geral do Estado) informou que a área onde será construída a sede da Sefaz está prevista na legislação e detalhou que o Parque dos Poderes “Govenador Pedro Pedrossian” tem, ao todo, onze áreas em que não se aplica a proibição de desmatamento.

Reviravolta - A suspensão do processo administrativo para o desatamento foi negada em 10 de maio pelo juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva. Para o magistrado, não há evidência de descumprimento da legislação ambiental e nem ilegalidade.

Contudo, no dia 17 de maio, o desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho atendeu a recurso e concedeu liminar para a suspensão do processo administrativo para desmatamentos. Agora, o governo tenta a derrubada da liminar.

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