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Economia

Juros congelados mantêm o mercado imobiliário aquecido em Campo Grande

Caixa segura taxa em 7% ao ano e especialistas falam sobre perspectivas para quem pretende financiar imóvel

Caroline Maldonado | 15/11/2021 08:12
Obra da construtora Plaenge em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Obra da construtora Plaenge em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Quase no fim do segundo ano de pandemia, o mercado imobiliário continua entre os poucos segmentos que comemoraram as mudanças de hábito das famílias, interessadas em casa nova, apartamento com mais espaço para home office ou casa com jardim, além, é claro, de investidores que aproveitam as taxas de juros da Caixa Econômica Federal. Mas a maré boa não deve durar para sempre e especialistas falam sobre as perspectivas para quem pretende comprar imóvel financiado.

Entre janeiro e setembro deste ano, famílias e investidores sul-mato-grossenses já fizeram mais de 7,4 mil financiamentos de imóveis, que totalizam R$ 1,8 bilhão, conforme a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). O montante é 85% superior ao do mesmo período de 2020, que contabilizou pouco mais de R$ 1 bilhão.

Dando uma volta pela cidade, realmente dá para ver que o setor vai de vento em popa. Em frente à obra de futuro lançamento da Plaenge, a gerente regional Valéria Gabas conta que as vendas cresceram 80% no comparativo entre 2020 e 2021. Isso tudo, mesmo com os preços de matéria-prima subindo em função da escassez provocada pela pandemia.

Gerente regional da construtora Plaenge, Valéria Gabas. (Foto: Paulo Francis)
Gerente regional da construtora Plaenge, Valéria Gabas. (Foto: Paulo Francis)

“As famílias passaram a procurar apartamentos maiores para ter um espaço de home office ou de varanda por estarem mais tempo em casa. O comportamento mudou muito e isso fez com que buscassem novos imóveis. Tivemos um lançamento em que todos os apartamentos foram vendidos em apenas quatro dias”, conta a gerente, sobre os imóveis que têm preços entre R$ 800 mil e R$ 5 milhões.

Juros - Valéria acredita que é momento de famílias e investidores aproveitarem, pois os juros estão muito atrativos. “Como os juros do financiamento dependem da Selic, taxa básica de juros da economia, podem subir, mas não é algo que sobe expressivamente e muito rápido”, avalia.

Corretor de imóveis autônomo, que atua em Campo Grande e Dourados, Roberley Sena também atribui o “boom” nos financiamentos aos novos hábitos advindos com a pandemia, mas faz o alerta de que as taxas de juros da Caixa Econômica não devem se manter as mesmas por tanto tempo e diz que os preços praticados já começam a aumentar.

Corretor de imóveis autônomo, em Campo Grande e Dourados, Roberley Sena. (Foto: Divulgação/Life Digital)
Corretor de imóveis autônomo, em Campo Grande e Dourados, Roberley Sena. (Foto: Divulgação/Life Digital)

"Agora há pouco, um cliente pediu para subir o preço de uma casa de R$ 260 mil para 280 mil. A tendência é aumentar, então quanto mais cedo negociar é melhor, porque devido à pandemia, aumentaram também os preços dos insumos e subiu o preço do diesel", explica.

Roberley lembra que as mercadorias vêm por rodovia a Mato Grosso do Sul, o que encarece as obras. O aço e derivados de petróleo também subiram, além de itens como cimento e acabamentos, como piso, cabo de cobre, entre outros.

As taxas de juros da Caixa Econômica variam em torno de 7% ao ano hoje. O corretor lembra que o percentual está praticamente "congelado" há cerca de um ano, o que demonstra a intenção do Governo em manter o mercado aquecido. “A taxa de juros é corrigida pela Selic, que aumentou bastante, mas como a Caixa é do Governo, tem interesse que as pessoas continuem comprando, então, praticamente congelaram os juros, mas não vai conseguir segurar por muito tempo”, comenta.

Prédios da Plaenge no Bairro Itanhangá Park, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Prédios da Plaenge no Bairro Itanhangá Park, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)


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