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Economia

Milho é a bola da vez no mercado asiático e Japão é maior comprador do MS

Exportações cresceram 401% em novembro puxadas pelas compras do mercado japonês

Rosana Siqueira | 06/12/2019 15:44
Exportações de milho renderam US$ 403 milhões de dólares para o Estado (Arquivo)
Exportações de milho renderam US$ 403 milhões de dólares para o Estado (Arquivo)

Depois da carne, o mercado asiático está de olho mesmo é no milho sul-mato-grossense. Após registrar crescimento de 401% nas exportações do produto neste mês, com US$ 405,8 milhões vendidos de janeiro a novembro, diante de US$ 80,9 milhões do mesmo período do ano, o cereal está no topo da lista dos mais desejados no momento.

E mais, não é da China que vem esta demanda, mas sim do mercado japonês. Na balança deste mês as vendas para o Japão cresceram 270,84%, com destaque para o milho, produto responsável por 73,46% da pauta daquele país.

“O mercado japonês surge como uma nova oportunidade para o milho e os EUA avançam na compra de celulose. Tivemos uma ligeira queda nas exportações para a China e um recuo significativo da participação da Argentina. O país era essencialmente um comprador de soja, mas nossa expectativa é uma recomposição em 2020, em função de contratos já realizados por empresas argentinas”, comenta o secretário Jaime Verruck.

O presidente da Aprosoja/MS André Dobashi reforça esta tendência de compra. “A demanda asiática pelo milho cresceu porque os chineses precisam produzir carne e o milho é a matéria-prima básica da ração. Além disso tem pouco milho no mercado”, destacou.
Dobashi alega ainda este aumento nas exportações do Estado também foi motivado pela desburocratização no sistema. “Vale a pena destacar o trabalho do Ministério da Agricultura para facilitar as exportações”, enfatizou. Do ponto de vista estadual ele ainda lembra que a flexibilização da chamada equivalência produto por parte do Governo também teve reflexos nestes números.

Organizar - Diante da crescente demanda global pelo grão brasileiro, a indústria de carnes do Brasil precisa se organizar e realizar compras antecipadas do milho para não enfrentar escassez do cereal em 2020. A avaliação é de analistas do setor.

O Brasil deverá colher uma grande safra de milho em 2020, mas o país poderá ter oferta menor em alguns momentos, antes da colheita, uma vez que as exportações têm sido recordes e há uma forte demanda da indústria de carnes, diante de maiores importações pela China.
A primeira safra de milho do Brasil está atrasada ante a temporada anterior e deverá entrar no mercado, nos principais Estados produtores, mais tarde, com grande parte sendo colhida em março de 2020. Da mesma forma, a segunda e maior safra do cereal do país, ainda chamada de “safrinha” por muitos, também deve chegar mais tarde em relação a 2019, somente a partir de meados do ano que vem.

“Poderá sim (faltar), se a indústria brasileira, principalmente a produção de aves, suínos, se não se organizar, comprar esse milho antecipado, entrar nos mercados futuros”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Bartolomeu Braz Pereira.

O milho é o principal componente da ração animal destinada a criações de suínos e aves, principalmente, uma vez que a maior parte dos bovinos do Brasil é criada a pasto.

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