MS reduz prazo para ter 1 mi de hectares de floresta
Mato Grosso do Sul reduziu em dez anos o prazo previsto para chegar a 1 milhão de hectares de florestas plantadas.
De acordo com o presidente da Reflore (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas), Luiz Calvo Ramires Júnior, a previsão inicial era de que a marca fosse atingida em 2030, contudo o cenário favorável reduziu a previsão para 2020.
Até amanhã, em Campo Grande, acontece o 2º Congresso Florestal de Mato Grosso do Sul vai discutir o desenvolvimento sustentável.
Atualmente, a área de florestas plantadas chega a 307 mil hectares, cultivados, principalmente, entre Três Lagoas e Campo Grande.
Segundo ele, a silvicultura deve superar a indústria frigorífica. "A celulose é o principal produto para exportação". Porém, predomina a hegemonia da pecuária, com área de 18 milhões de hectares.
Em 90% das áreas de florestas plantadas, são cultivados eucalipto e pinus. "Mas é possível plantar outras, como seringueira e erva-mate. Para se ter ideia, temos que importar erva-mate do Paraná para o tereré". Mato Grosso do Sul já foi grande produtor e tem a história marcada pelo ciclo da erva-mate.
Para o presidente da Reflore, as condições de topografia, logística e situação fundiária atraiem as empresas do setor para o Estado, como a Fíbria. Instalada em Três Lagoas, a empresa é a dona da maior produção de linha única de celulose do mundo e está em funcionamento desde março de 2010.
Ramires Júnior enfatiza que o plantio de florestas plantadas diversificou a economia, pois a madeira é utilizada na construção civil, produção de carvão vegetal (que abastece as siderúrgicas), móveis e energia térmica. "Precisamos das florestas plantadas. Seja para os móveis da casa, o aço para o carro".
Conforme ele, o cultivo também diminui a pressão sobre a vegetação nativa. "Cada hectare de floresta plantada preserva 30 hectares de vegetação nativa do Cerrado". Para ele, a expansão da atividade ainda preserva o solo degradado por pastagens.
O governo do Estado deve reduzir a TMF (Taxa de Transporte e Movimentação de Produtos Florestais). "O ideal seria reduzir a zero, mas isso não pode ser feito".
O Congresso Florestal é realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo.