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Economia

"Não fui surpreendido", diz Riedel sobre ameaça de Trump contra o Brasil

Chefe do Executivo vê impacto direto nas empresas sul-mato-grossenses e cobra ação firme da diplomacia

Por Ângela Kempfer e Fernanda Palheta | 11/07/2025 10:26
"Não fui surpreendido", diz Riedel sobre ameaça de Trump contra o Brasil
RIedel falou sobre Trump durante Encontro de Líderes realizado hoje em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

O governador Eduardo Riedel reforçou nesta sexta-feria (11) que a possibilidade de sobretaxa anunciada pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros “é muito ruim para o Brasil” e afeta diretamente Mato Grosso do Sul, embora não tenha sido uma surpresa. “Desde que o presidente Trump assumiu, ele enviou uma série de países e falou que iria enviar depois”, lembrou.

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O governador Eduardo Riedel manifestou preocupação com a possível sobretaxa anunciada pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, destacando o impacto direto em Mato Grosso do Sul. O estado exportou cerca de US$ 700 milhões aos Estados Unidos no ano anterior, representando 6% das vendas externas. Riedel defende uma abordagem diplomática para resolver a questão, ressaltando o saldo positivo do Brasil na balança comercial com os EUA. O governador evitou comentar sobre as menções de Trump às investigações contra Jair Bolsonaro, considerando a medida parte de uma estratégia mais ampla de Washington nas relações comerciais globais.

No ano passado, o Estado embarcou quase US$ 700 milhões aos Estados Unidos, volume que correspondeu a 6% das vendas externas sul-mato-grossenses. Foram US$ 315,5 milhões no primeiro semestre deste ano, avanço de 11,4 % em relação ao mesmo período de 2024. A China segue líder absoluta, com 47%.

Apesar de a fatia norte-americana não ser a principal, o governador destacou que o novo patamar de imposto prejudica a economia local. “Atinge diretamente esses empresários, as empresas que estão aqui.”

Riedel segue no caminho de uma resposta baseada em negociação. “Acho que o caminho para isso é serenidade, é trabalho da nossa diplomacia no âmbito comercial para buscar superar.”

Ele lembrou que o Brasil tem saldo positivo na balança com os Estados Unidos, o que reforça o argumento para o diálogo e derruba uma das justificativas dadas por Trump para a supertaxação. “É ruim, muito ruim para os negócios brasileiros e para Mato Grosso do Sul, mas a gente tem que superar esse momento.”

Sobre Trump citar a investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro como agravante nas relações com o Brasil, Riedel não comentou. Para ele a tarifa faz parte de uma estratégia mais ampla de Washington que vem “mexendo na geopolítica global em torno das relações comerciais” e envolve vários parceiros.

Riedel encerrou declarando confiança em uma solução: “Acredito que a gente vá buscar uma saída para esse impasse.”

Negócios com os EUA - Mesmo com a alta em dólares, a fatia norte-americana nas exportações totais do Estado caiu de 6,7 % para 6 % As exportações de Mato Grosso do Sul para os EUA somaram US$ 315,5 milhões no primeiro semestre deste ano, avanço de 11,4 % em relação ao mesmo período de 2024, embora a quantidade embarcada tenha encolhido de 387,7 mil para 318,2 mil toneladas.

O dado mais chamativo da planilha oficia é o salto no preço médio por quilo: de US$ 0,73 para US$ 0,99, alta de quase 36 %, suficiente para melhorar a receita mesmo com menos carga. A carne bovina fresca ou congelada liderou o caminho, respondendo por 46% do faturamento (US$ 145,2 milhões) e exibindo um crescimento impressionante de 78 %.

A disparada, contudo, concentrou ainda mais a pauta e deixa o Estado vulnerável a eventuais barreiras sanitárias ou oscilações do consumo norte-americano.

Na contramão, a celulose, tradicionalmente segunda colocada, recuou 7,5 % em valor, somando US$ 74,8 milhões, reflexo de preços internacionais mais frouxos. Já o ferro-gusa, termômetro da indústria siderúrgica dos EUA, despencou 37,6 % e rendeu apenas US$ 40,5 milhões. Óleos e gorduras de origem animal mostraram vitalidade, avançando 25 % para US$ 29,9 milhões, enquanto cortes bovinos processados (salgados ou em salmoura) multiplicaram por três a receita e atingiram US$ 7,8 milhões, sinalizando nichos de mercado ainda pouco explorados

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