Obras em estradas e portos podem triplicar retorno ao agro de MS
Famasul projeta impacto de R$ 30 bilhões com nova malha logística e integração de modais até 2030
Mato Grosso do Sul aposta em uma mudança de rota para fortalecer o agro até 2030: logística. Investimentos públicos e privados somam mais de R$ 13 bilhões e, se saírem do papel como prometido, podem injetar até R$ 30 bilhões na economia do setor, segundo projeções da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS).
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Entre os projetos em andamento está a concessão da BR-163 à empresa Motiva, com previsão de R$ 16,6 bilhões ao longo de 29 anos. O pacote inclui duplicação de trechos, viadutos, acostamentos e áreas de descanso para caminhoneiros, num total de 847 quilômetros.
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Outro projeto estratégico, ainda travado por disputa judicial, é a Rota da Celulose. O consórcio vencedor, K&G, prevê a modernização de 870 km de rodovias estaduais e federais que cortam regiões industriais de Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo e Água Clara, entre outras. A promessa é melhorar o escoamento de uma das cadeias mais potentes do Estado, a celulose.
Além das rodovias, a hidrovia do Rio Paraguai está no radar. O trecho entre Corumbá e Porto Murtinho está em fase de estudos para concessão, com previsão de dragagem, sinalização e uso de sistemas inteligentes de navegação. A ideia é reforçar o modal fluvial, mais barato e com menor impacto ambiental.
A malha aérea também entra na conta. O plano estadual prevê R$ 250 milhões até 2026 para modernização de aeroportos. As obras incluem ampliação da pista do Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande, e novo terminal em Dourados.
No campo, o foco está na logística rural. Um estudo feito por técnicos da USP e CNA (Confederação Nacional da Agricultura) mapeou 1.300 km de estradas vicinais na região de Dourados, uma das selecionadas pelo Ministério da Agricultura para diagnosticar gargalos locais.
Tudo isso se conecta com o grande plano de integração sul-americana: a Rota Bioceânica. Quando estiver pronta, a estrada vai encurtar o caminho para exportações via portos do Chile, abrindo um corredor direto para o Pacífico.
Para a Famasul, essa reestruturação pode reduzir em até 30% o custo por tonelada transportada, o que dá mais competitividade ao produtor e atrai investimentos em armazenagem, energia e agroindústrias. O momento, segundo a entidade, é de “divisor de águas” para o agro sul-mato-grossense.
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