Postos inibem redução no preço do álcool
Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) indicam que a queda no preço do álcool nas distribuidoras ocorrida a partir de janeiro não foi repassada integralmente ao consumidor.
De janeiro a junho, o preço do álcool vendido pelas distribuidoras aos postos de Mato Grosso do Sul recuou 20%, mas para o consumidor a redução foi de apenas 14%.
Isso porque os estabelecimentos estão recompondo as margens de lucro aos patamares anteriores à disparada no preço do combustível, que começou em agosto do ano passado.
Até julho de 2009, a margem média de lucro por litro de álcool comercializado era de R$ 0,30, mas com o preço em alta os empresários acabaram apertando para R$ 0,22, para evitar um baque ainda maior nas vendas. Neste mês a margem já está em R$ 0,31 por litro.
O preço médio de venda das distribuidoras para os postos chegou a R$ 1,750 em janeiro deste ano, quando o litro do combustível era vendido, em média, a R$ 1,977 nos postos do Estado. Neste mês de junho, os estabelecimentos estão comprando o litro do álcool ao preço de R$ 1,391, em média, e comercializando a R$ 1,702.
O valor é bem acima da média nacional, de R$ 1,544 por litro. Vale ressaltar, porém, que o valor médio repassado pelas distribuidoras aos postos também é menor, de R$ 1,206, o litro e, com isso, mesmo lucrando mais (R$ 0,33 por litro), os postos conseguem vender o combustível por um valor menor.
O frete é apontado como um dos fatores que encarece o preço do álcool no Estado, mas não é o principal, segundo a avaliação do diretor de comunicações do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos, Lubrificantes e Lojas de Conveniência), Marcos Vilauba.
De acordo com ele, em Mato Grosso do Sul, o setor vive uma concorrência tão acirrada que os preços oscilam demais ao sabor das promoções. Ele afirma que quando o preço sobe muito na indústria, a disputa pelo consumidor faz com que os estabelecimentos baixem sua margem de lucro para manter as vendas.
Por isso, quando os preços caem na origem, nem sempre chegam ao consumidor com a mesma redução no valor, pois as margens de lucro são recompostas, justifica o diretor.
