ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 20º

Economia

Rosas à venda em ruas e preparativos de restaurantes mudam cidade para namorados

Para quem atravessa crise financeira vender rosas ajuda no orçamento. Restaurantes apostam em tendas e decoração para dar “toque romântico”

Izabela Sanchez | 12/06/2018 17:57
Flores representam graninha extra para quem está sofrendo com a crise (Fernando Antunes)
Flores representam graninha extra para quem está sofrendo com a crise (Fernando Antunes)

Quem andar pelas ruas de Campo Grande nesta terça-feira vai perceber diversos blocos vermelhos, transitando entre os carros. São os buquês de rosa, vendidos para quem acredita no símbolo romântico do dia. A venda, que costuma custar R$ 20 a unidade, também é uma forma de acrescentar na renda em um ano ainda marcado pela recessão econômica.

É o primeiro ano que o aposentado Abel Alencar, 62, vende as rosas na rua. Entre a Alagoas e Afonso Pena, ele é visto de buquê nos braços. “É uma mixaria a minha aposentadoria”, reclama o ex-servidor do Estado. Para ele, a venda tem sido lucrativa. “Está bom, para quem não tem experiência”. Abel vendia desde às 7h e já havia comercializado 20 flores, vendidas a R$ 20.

Irani Pereira, 54, é cabeleireira e está desempregada. A venda das flores foi um jeito de ganhar uma graninha, em falta. Além dela, o cunhado e o filho, que também está desempregado, vendem flores em diferentes pontos da cidade nesse dia dos namorados. “Hoje a gente vende para fazer um extra, pelo trabalho”, conta ela. A cabeleireira acredita que o dia deve render R$ 250 com a venda de rosas. Ela, que vendeu no dia das mães, acredita que o movimento está menor.

A cabeleireira Irani está desempregada (Fernando Antunes)
A cabeleireira Irani está desempregada (Fernando Antunes)

Veterana na venda de Rosa, Suelen Farias, 34 é manicure e já aproveita a data há 6 anos. “Compensa porque em um dia eu consigo R$ 1000 ou R$1200”. Ainda assim, ela afirma que esse ano está “mais fraco” que os outros. “No outro ano esse horário eu já tinha vendido esse tanto e um pouco mais”, mostrou ela, apontando para as caixas cheias de rosas. Suelen afirma que o público-alvo tem sido as pessoas de meia idade. “Os jovens não são tão românticos”, afirma.

André Alfonso, 19 e Patrick Gabriel, 18, são jovens e acreditam no romantismo para tirar aquela graninha extra. “Tem dia que vende 80, 90. No dia das mães consegui tirar R$ 800”, diz Patrick. “Eu gosto e adoro”, brinca, ao falar das vendas. “Aqui nossas rosas são BBB: boas, bonitas e baratas”.

Marcílio Alves Escobar, 40, costuma vender morangos nas ruas e já está acostumado com o serviço. Ele espera lucrar R$ 200. Diferente de Suelen, ele afirma que os mais jovens tem sido os clientes. “Está muito bom. Não tenho do que reclamar”.

O Bar Naza foi um dos que investiu em tendas para a decoração (Fernando Antunes)
O Bar Naza foi um dos que investiu em tendas para a decoração (Fernando Antunes)

Toque de romantismo – Os restaurantes foram pegos de surpresa com o tempo de chuva e ventania na Capital. Para prevenir a fuga de clientes e dar um toque romântico, investiram em tendas decoradas no hall de entrada. É o caso da Cantina Romana e do Nazca.

Na Cantina Romana, a proprietária Silvia Menegazzo dava os últimos toques na decoração do hall de entrada junto com a nora. Silvia brinca e afirma que o trabalho é em família. Toda a entrada, com tenda, exibe bancos e mesas iluminadas e tons pastéis.

“A gente faz todo ano, tem muita coisa que já temos guardado. É que tem muita espera, está garoando, chovendo e todo ano a gente faz essa decoração com a tenda, oferece um vinho, então a gente percebe que o pessoal fica mais”, conta.

O Nazca também investiu em uma tenda decorada. No interior, corações nas mesas e música ao vivo devem dar o tom romântico. “Na verdade a gente faz o São Valentim no dia 14 de fevereiro e a gente faz no dia 11 e no dia 12”, conta o proprietário Eduardo Rejalo. “A gente está cheio há duas semanas, foram cerca de 60 reservas. E tivemos cerca de 200 procuras”, contou. As reservas, conta ele, aumentaram em até 10 vezes o normal.

Nos siga no Google Notícias