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Economia

Saber lidar com o dinheiro é problema para 47% dos jovens, aponta pesquisa

Levantamento apontou que que jovens com idades entre 18 e 24 anos, a chamada "geração Z", não realiza o controle dos gastos

Adriano Fernandes e Clayton Neves | 07/05/2019 22:01
Movimento no comércio da região central de Campo Grande. (Foto: Arqruivo)
Movimento no comércio da região central de Campo Grande. (Foto: Arqruivo)

Pesquisa da CDL(Câmara de Dirigentes Lojistas) em parceria com o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) da Capital apontou que 47% dos jovens com idades entre 18 e 24 anos, faixa etária da chamada "geração Z", não tem controle dos próprios gastos. 

A principal justificativa dos entrevistados é o fato de não saber fazer (19%) ou sentir preguiça (18%); não ter hábito ou disciplina (18%) ou não ter rendimentos (16%). No entanto, o descontrole não implica que a meninada está sempre “apertada” financeiramente.

Ainda segundo a pesquisa, pouco mais da metade dos jovens entrevistados possui dinheiro guardado (52%). Deles, 53% afirmam controlar receitas e despesa, e apesar de bastante conectados, 26% ainda utilizam o tradicional bloquinho de papel para organizar o orçamento. Entre os mais conscientes estão jovens como o autônomo Edward Rocha, de 24 anos, que depois de uma fase de grana curta, passou a se relacionar melhor com as finanças.

“A gente aprende com os erros e aprende a se controlar, cortar cartão de crédito e balada, por exemplo”, comentou. Ainda de acordo com o levantamento, de cada dez entrevistados, oito tem alguma fonte de renda (78%). Quase 36% trabalha com carteira assinada e 23% estão na informalidade, com bicos e freelances. E 22% dos jovens ouvidos não têm rendimentos.

Dos jovens que afirmam ter dinheiro guardado (52%), a maioria investe em opções pouco ou nada rentáveis: 53% mantém os valores na poupança, 25% guardam em casa e 20% na conta corrente.

Cristiano Tenório, de 23 anos, deixou de depender dos pais aos 21 anos. Ele afirma que hoje em dia é mais controlado com os gastos porque até os 19, ia muito em festas e gastava parte do que os pais davam com comida. “Quanto mais jovem, mais a gente cai no erro de pensar apenas no hoje e esquecemos do futuro”, completa.

Geração Z - A Geração Z reúne os nascidos entre 1995 e 2010, que hoje têm entre nove e 24 anos – sendo que a pesquisa considerou os jovens de 18 a 24 anos. Eles são considerados os primeiros nativos de um ambiente tecnológico e compõem grande parcela do mercado de consumo.

“Com a facilidade de compras e o fácil acesso, essa geração será o grande motor do consumo. E somente com educação financeira hábil o processo pode ser benéfico a todo o varejo”, explica o presidente da CDL/CG, Adelaido Vila.

Apesar de certo descontrole nas finanças, o estudo também revelou que 65% dos jovens da Geração Z contribuem financeiramente para o sustento da casa. Entre os 52% que tem o hábito de manter o dinheiro guardado, são muitas as principais motivações, entre elas a preocupação com imprevistos (33%), viagens (21%) e compra da casa própria (19%).

A vendedora Letícia Andrade, de 24 anos, por exemplo, diz que sempre anda no limite do gasto consciente. Para não ser pega de surpresa em uma eventual necessidade, ela afirma que guarda dinheiro em uma poupança. “Não é muito, mas tenho para emergências”, conta.

Em relação aos hábitos de consumo, 56% admitem que costumam ceder aos impulsos quando querem muito comprar algo, enquanto 47% às vezes perdem a noção de quanto podem gastar com atividades de lazer e 34% gostam de ter um produto que a maioria dos seus amigos têm. Três em cada dez admitem que a forma como gastam o dinheiro é motivo para brigas frequentes com pais, familiares ou cônjuge (32%).

Quatro em cada dez entrevistados já estiveram com o nome negativado (37%). Ao comentar as razões para os compromissos financeiros não pagos, os jovens mencionam a perda do emprego (24%), o fato de não terem planejado os gastos ou terem gasto mais do que podiam (21%) e o empréstimo do nome para terceiros (20%).

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