Secretário de Fazenda teme que orçamento não chegue a R$ 13 bilhões

O orçamento para 2015, que estava estimado em R$ 13 bilhões não deve alcançar esse valor, segundo o secretário de Estado de Fazenda, Márcio Monteiro. Caso a estimativa se concretize, o aumento seria de 8%, em relação ao de 2014, quando a receita total foi de R$ 12,089 bilhões. Para o secretário, que entregará até março o relatório com o balanço, o governo terá menos dinheiro para investimentos em habitação popular e em infraestrutura.
Os motivos da situação, o secretário não atribui somente a gestão passada, comandada por André Puccinelli, mas também ao Governo Federal. Na avaliação dele, o cenário econômico do país era “justo e sem muita perspectiva”, na ocasião da elaboração do orçamento no ano passado.
Somente em despesas herdadas por Reinado Azambuja (PSDB), o secretário já informou que o rombo deve ser de aproximadamente R$ 600 milhões, mas não apresentou documentos relativos as dívidas, dentre elas com obras, como o Aquário do Pantanal e com empresas de crédito consignado concedido a servidores, cujo o valor ultrapassa os R$ 51 milhões. A gestão “não foi eficiente” e falhou ao não conseguir repassar o valor descontado em folha de 44 mil servidores às empresas, segundo o secretário.
Embora tenha dito que a gestão passada foi ineficiente, o secretário deu ênfase maior ao cenário econômico do Brasil para justificar a situação de Mato Grosso do Sul. Como exemplo, ele citou a duplicação da BR-163. “Se o governo tivesse tomado essa atitude há oito anos trás, provavelmente estaríamos duplicando a BR-262, a BR-267, estaríamos em processo mais avançado. Então agora vamos pagar o prejuízo por essa falta de visão de política desenvolvimentista do governo. Eu tenho temor que a gente possa não chegar aos R$ 13 bilhões. Evidentemente a gente torce para que isso não aconteça”, comentou.
Questionado sobre o orçamento, o secretário destacou que a população do Estado sofrerá ainda mais com as medidas federais. “Hoje, nós já vemos o cenário agravado. Tanto é que o Governo Federal vem tomando medidas duras, totalmente impopulares do ponto de vista até ideológico do PT (Partido dos Trabalhadores), contra os trabalhadores”, criticou ao lembrar a redução da tarifa de energia em 20%, feita em 2013.
“Aquele pacto com as concessionárias, já fez como uma medida populista, sem ter condições de fazer. O resultado está aí, teve que voltar agora de uma forma intensa com aumento de PIS/Cofins, imposto sobre combustível, que vão impactar na economia”.