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Economia

Sindicato de MS repudia lista de habilitados a exportar carne para China

Dentre os 24 frigoríficos, 2 são da JBS em Campo Grande e o terceiro é da Marfrig, localizado em Bataguassu, a 335 km da Capital.

Gabriel Neris | 02/05/2019 17:49
Unidade da JBS em Campo Grande (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Unidade da JBS em Campo Grande (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

A nova lista de 24 frigoríficos habilitados a exportar carne bovina para a China não foi bem recebida pela Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos) e pelos representantes do setor em Mato Grosso do Sul.

O Sicadems (Sindicato das Indústrias do Frio, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul) faz coro à nota de repúdio publicada pela associação nesta quinta-feira (2). O texto aponta que a lista do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) “privilegia grandes frigoríficos como o Minerva e o JBS, que já exportam para aquele mercado, concentrando ainda mais o mercado de exportação”.

A associação nacional também protesta contra o que chama de “inclusão de um critério que nunca foi observado antes nas vendas para a China: a exigência de que as novas plantas também estejam habilitadas a exportar para a União Europeia. Esta nova exigência é muito estranha porque não consta do protocolo existente entre os governos brasileiro e chinês para a habilitação de exportadores e, com isso, das 24 plantas aprovadas pelo Mapa, 16 são de grandes exportadores que já vendem para o mercado chinês, como a JBS e o Minerva”.

Procurado, o Sicadems afirma que o setor em Mato Grosso do Sul ficará desequilibrado. “Os frigoríficos que são fortes vão ficar ainda mais fortes e enfraquecerão os pequenos. O sindicato quer manter o equilíbrio entre as forças”, aponta.

Dentre os 24 frigoríficos, 2 são da JBS em Campo Grande e o terceiro é da Marfrig, localizado em Bataguassu, a 335 km da Capital. “A Marfrig e JBS são extremamente fortes e contam com ajuda. Eles têm condições de atender as exigências”, aponta.

“Estados que são importantes produtores, como Tocantins, Goiás, Rondônia, Bahia, Mato Grosso do Sul e Pará ficam sem sequer um representante nestas exportações”, afirma a associação nacional. Segundo a entidade, a nova lista foi encaminhada pela embaixada brasileira no dia 26 de abril.

Procurado pelo Campo Grande News, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento respondeu em nota que nesta manhã houve reunião entre o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, com exportadores brasileiros, entre eles representantes da Abrafrigo e outros sindicatos do setor.

Segundo a nota, o secretário recordou a missão de inspeção chinesa em novembro do ano passado e a necessidade de encaminhar planos de ação “que tratam das não-conformidades identificadas na referida missão”. “É entendimento do Mapa que as negociações com as autoridades chinesas devem ser iniciadas atendendo-se ao pleito da GACC (General Administration of Customs China), isto é, que sejam ‘incluídos apenas questionários de estabelecimentos que já estejam habilitados para a EU’”.

De acordo com a pasta, entre as exigências estavam estabelecimentos habilitados pela UE; estabelecimentos inspecionados em novembro, mas não habilitados para a UE; estabelecimentos de suínos habilitados por outros mercados exigentes e estabelecimentos de bovinos, de aves e de asininos habilitados para outros mercados exigentes que não a UE.

“O Mapa trabalha pensando no interesse nacional e não no de empresas específicas, sejam elas pequenas, médias ou grandes. O tratamento dispensado a todas é o mesmo; prevalece o princípio da isonomia e da transparência. A realização de reunião conjunta na manhã de hoje é prova desse compromisso. Entende, por fim, que todas as empresas que cumpram os requisitos sanitários serão objeto de negociação com autoridades chinesas com vistas à eventual habilitação”, completa a nota do Ministério.

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