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Economia

Tomate é atração em dia de promoção e só entra do carrinho pela dieta

Lidiane Kober | 13/04/2014 07:45
Na Capital, o tomate chegou a registrar alta de até 88,81% (Foto: Cleber Gellio)
Na Capital, o tomate chegou a registrar alta de até 88,81% (Foto: Cleber Gellio)

Vilão do mês de março, o tomate ficou de fora da mesa de alguns campo-grandenses, virou atrativo em dias de promoção e foi para o carrinho de outros só para cumprir dieta. A fruta chegou a registrar alta de até 88,81% e assustou muitos consumidores.

É o caso da gerente de departamento Ana Maria dos Santos, de 39 anos. Fã da fruta, ela sempre levou o produto para casa, porém, nos dois últimos meses, chegou a ficar sem a opção de salada por até duas semanas.

“Sempre comprei o tomate na feira, mas quando vi o preço do quilo por R$ 6 pensei melhor e desisti”, contou. O jeito, segundo ela, foi procurar por promoções. “Tive que pesquisar para voltar a oferecer o produto na mesa lá de casa”, comentou.

Ana Maria se deu bem, nesta quinta-feira (10), e achou o quilo do produto por R$ 1,99, bem abaixo da média de R$ 5,99, ofertada nos supermercados e quitandas da cidade. O gerente do estabelecimento, que pediu para não ser identificado, disse que o preço é incomum, no período. Ele confirmou a alta e atribuiu o valor ao dia de promoção.

Outro que ficou impressionado com o preço do tomate foi o bombeiro Edmundo Morais dos Santos, de 47 anos. Ele só comprou a fruta porque está de dieta a fim de se adequar a peso para subir de cargo. Mesmo assim, só comprou dois tomates.

Também de dieta, a arquiteta Karime Said, 26 anos, não teve como deixar o produto de fora do carrinho do supermercado. “Minha nutricionista incluiu o tomate na lista de alimentos e precisei comprá-lo”, explicou.

Apesar de olhar com cara feia o valor da fruta, o administrativo João Ribeiro de Paula, 56 anos, levou mais de um quilo do produto para casa. “Não tem jeito, o tomate tem uma variedade grande de utilidade. Faz falta como opção de salada e é duro ficar sem aquele macarrão com um molho de tomate no capricho”, comentou.

Nem por isso, ele deixou de se queixar do preço “salgado”. “Tá muito caro, mais até que um quilo de carne, como de costela”, comparou. “O problema é que a gente tem o costume de comer e não dá para ficar sem”, emendou.

Vilão - Como no primeiro semestre do ano passado, o tomate voltou a ser o vilão e fez a inflação em Campo Grande, no mês de março, ser a quarta mais alta entre 13 capitais brasileiras, pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com a pesquisa, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em Campo Grande atingiu a marca de 0,93%, acima da média nacional (0,92%) e bem superior aos percentuais registrados na cidade, em janeiro e fevereiro.

Principalmente por causa da seca, que atingiu as lavouras de alguns estados e prejudicou a oferta de alimentos, o tomate subiu 49,12%, conforme o IBGE.

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), por sua vez, registrou alta de 88,81%. Já, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos), o tomate apresentou elevação de 23,40%, no mês passado.

Ana Maria chegou a ficar sem a opção de salada por até duas semanas (Foto: Cleber Gellio)
Ana Maria chegou a ficar sem a opção de salada por até duas semanas (Foto: Cleber Gellio)
Apesar de achar caro, João levou a fruta porque não quis ficar sem o macarrão com molho de tomate (Foto: Cleber Gellio)
Apesar de achar caro, João levou a fruta porque não quis ficar sem o macarrão com molho de tomate (Foto: Cleber Gellio)
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