Transporte de cargas mantém ritmo e ajuda setor de serviços a avançar 0,6%
Em Mato Grosso do Sul, desempenho do agronegócio e logística de cargas mantém setor aquecido

O setor de serviços brasileiro cresceu 0,6% em setembro, na comparação com agosto, e completou o oitavo mês seguido de alta, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo IBGE. A sequência positiva fez o volume de serviços atingir o maior nível da série histórica, 19,5% acima do registrado antes da pandemia.
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Em Mato Grosso do Sul, o resultado acompanha o movimento nacional, sustentado pelo bom desempenho do transporte rodoviário de cargas, segmento diretamente ligado à produção agropecuária e ao escoamento da safra. A força do agronegócio no Estado tem sido essencial para manter o ritmo de crescimento do setor.
Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o transporte tem sido o principal motor da expansão recente.
“O grande destaque é a renovação do ápice da série histórica. O setor de transportes tem sido determinante para essa sequência de taxas positivas”, afirmou.
Cargas e tecnologia puxam crescimento
Entre as atividades pesquisadas, três registraram alta de agosto para setembro. O grupo de transportes cresceu 1,2%, acumulando ganho de 1,5% em dois meses, impulsionado pelo transporte de cargas — especialmente o rodoviário.
O setor de informação e comunicação avançou 1,2%, recuperando perdas anteriores, com destaque para serviços de tecnologia e consultoria. Já outros serviços, que incluem seguros, previdência complementar e planos de saúde, subiram 0,6%.
Por outro lado, os serviços administrativos e profissionais recuaram 0,6%, e os prestados às famílias (como bares e restaurantes) caíram 0,5%.
Desempenho regional
No Centro-Oeste, o ritmo também foi de crescimento, puxado principalmente por Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, onde a movimentação de cargas segue intensa com o escoamento da produção agrícola e a ampliação da malha logística.
Nos estados da região, o transporte rodoviário continua sendo o principal fator de sustentação da economia, junto ao avanço do comércio eletrônico, que tem ampliado a demanda por serviços de armazenagem e entregas.
Turismo quase estável
O índice de atividades turísticas teve leve variação positiva de 0,1% em setembro, segundo resultado seguido de alta. O setor está 11,5% acima do nível pré-pandemia, mas ainda 2% abaixo do recorde histórico de dezembro de 2024.
As maiores altas vieram de Rio Grande do Sul (2,7%), Paraná (2%) e São Paulo (0,2%). Já Rio de Janeiro (-0,6%), Goiás (-3,8%) e Ceará (-3,2%) registraram as maiores quedas.
Transporte rodoviário é destaque
O transporte de cargas cresceu 0,7% em setembro, registrando o quinto mês consecutivo de alta. O segmento acumula ganho de 3,1% em 2025 e está 39,7% acima do nível pré-pandemia.
De acordo com o IBGE, o transporte rodoviário de cargas tem sido determinante para o desempenho do setor, impulsionado pela colheita e escoamento da safra e pelo crescimento das vendas on-line.
“A recuperação do transporte rodoviário de cargas tem sido determinante para a sustentação do setor de serviços em patamares elevados”, destacou Rodrigo Lobo.
Impacto no MS
Em Mato Grosso do Sul, o cenário é reforçado por obras de infraestrutura e pela expectativa em torno da Rota Bioceânica, corredor rodoviário que vai ligar o Estado aos portos do Chile, reduzindo custos e prazos de exportação.
A ampliação da malha logística, especialmente nas regiões de Dourados e Três Lagoas, vem atraindo novas empresas de transporte e centros de distribuição, consolidando o Estado como um dos polos de crescimento do setor de serviços no Centro-Oeste.

