Preços de fretes agrícolas caem em Mato Grosso do Sul após colheita do milho
Baixa demanda por transporte de grãos para exportação pressiona valores, mas mercado interno mantém atividade
Após o encerramento da colheita do milho segunda safra, os preços dos serviços de frete de grãos em Mato Grosso do Sul registraram queda em setembro, em comparação com os valores de agosto, de acordo com informações da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O panorama detalhado na edição de outubro do Boletim Logístico aponta que a diminuição dos preços reflete o arrefecimento da demanda por transporte de curta distância e a redução das exportações no período.
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Segundo dados da plataforma estatística de comércio exterior, Mato Grosso do Sul movimentou aproximadamente 190.021 toneladas de soja em setembro, ante 378.632 toneladas em agosto. O milho também apresentou redução, com 371.790 toneladas transportadas no mês, frente a 498.879 toneladas no período anterior. Entre os principais destinos para exportação estão os portos de Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (PR), Santos (SP) e Rio Grande (RS). No total, a participação do estado nas exportações brasileiras atingiu 4,9% para o milho e 2,5% para a soja.
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O recuo nos preços foi observado em praticamente todas as rotas. Na viagem de Chapadão do Sul (MS) para Paranaguá (PR), com 1.191 km, o valor do frete caiu de R$ 300 em agosto para R$ 230 por tonelada, redução de 23%. Já de Maracaju (MS) para Paranaguá, o preço recuou 13%, e de São Gabriel do Oeste (MS) a Maringá (PR), a queda chegou a 25%. Outras rotas, como Ponta Porã (MS) para Santos (SP), registraram redução de 7% em relação ao mês anterior, mesmo com algumas rotas registrando pequenas altas pontuais no comparativo mensal, como Dourados (MS) para Maringá (PR), com aumento de 11%.
A Conab aponta que o movimento é reflexo direto da sazonalidade agrícola. Com o fim do escoamento intenso da segunda safra de milho e menor volume de soja disponível para exportação, a demanda por caminhões diminuiu. Ao mesmo tempo, o transporte de cargas no mercado interno continuou ativo, absorvendo parte da oferta de veículos, mas sem evitar a retração generalizada nos preços dos fretes.
O cenário evidencia a sensibilidade do mercado de fretes à dinâmica de produção e comercialização de grãos. Os preços seguem influenciados não apenas pela colheita, mas também pelas oscilações no mercado internacional de commodities e pela capacidade de escoamento do setor logístico.
Com isso, os transportadores enfrentam remuneração menor, ao mesmo tempo em que o setor agrícola precisa planejar o escoamento para manter competitividade nos mercados externo e interno. O momento reforça a importância de planejamento logístico, especialmente nas principais rotas de escoamento rumo aos portos do Sul e Sudeste do país.



