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Educação e Tecnologia

“Contribuição da ciência” é tema da redação em ano de cortes de verba

Governo Bolsonaro realizou cortes nos orçamentos de universidades públicas em todo o Brasil

Izabela Sanchez e Liniker Ribeiro | 01/12/2019 13:03
Preocupada: estudante em momento de reflexão sobre a prova em frente à reitoria da UFMS (Foto: Marcos Maluf)
Preocupada: estudante em momento de reflexão sobre a prova em frente à reitoria da UFMS (Foto: Marcos Maluf)

Ar condicionado racionado e falta de reagentes foram parte do cenário vivido pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Em ano em que parcela gorda do orçamento das universidades públicas foi bloqueada, a UFMS escolheu falar da importância da ciência como tema da redação do vestibular.

“Contribuição da ciência e tecnologia para todos” é tema que também coincide com o ano em que a UFMS sediou encontro nacional da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Possível laboratório – a reitoria não comenta o assunto – do programa de financiamento privado da Educação superior Future-se, a Universidade pediu que os alunos mostrassem porque querem fazer parte da educação superior pública no Brasil.

A maioria disse ter "surfado" no tema, com a facilidade do apelo atual, cheio de notícias e discussões, como poucas vezes antes se viu, sobre a importância da ciência no Brasil. Mesmo pegos de surpresa – alguns esperavam tema mais batido -, disseram que a redação não representou impasse. Diferente, por exemplo, das questões de matemática, consideradas difíceis.

“A prova não estava difícil, eu já estava preparada para o conteúdo abordado. Na escola eles passaram o ano inteiro nos preparando, semana passada fizemos uma revisão. Mesmo assim deu aquele nervosismo. A prova estava tranquila, fácil, mas matemática foi a parte mais difícil”, contou Ana Carolina Macedo, 17, que concorre a uma vaga no curso de medicina.

Lucas Alves, 19, veio de Dourados para realizar a prova (Foto: Marcos Maluf)
Lucas Alves, 19, veio de Dourados para realizar a prova (Foto: Marcos Maluf)

“Depois a gente acaba comentando como um e outro foi na prova. As minhas respostas deram C, a minha já foi mais variada, mais equilibrada. Em relação à redação esperava um tema simples, como variedade linguística ou inclusão, mas consegui bater em cima da sustentabilidade, evolução humana e desigualdade”, disse.

O MEC (Ministério da Educação) chegou a bloquear R$ 29 milhões da UFMS, além dos R$ 51 milhões bloqueados de emendas parlamentares. Foram R$ 80 milhões a menos para a Universidade, 52% dos recursos discricionários, o que representa o segundo maior corte entre as instituições de todo o país, conforme apontou reportagem da Folha de S. Paulo. Os cortes do governo Bolsonaro atingiram 63 universidades e 38 institutos federais do país.

Para o estudante de Dourados, a 233 km de Campo Grande, Lucas Alves, 19, a prova inteira estava “muito bem construída”, cheia de conteúdo e “ideal para quem estudou”. “Química e física estavam mais difíceis, muitas questões de linguagem e em relação ao tema da redação foi super tranquilo de escrever, com bastante contexto histórico”, comentou.

Marina Castilho, 18, veio do interior de São Paulo, de São José do Rio Preto (Foto: Marcos Maluf)
Marina Castilho, 18, veio do interior de São Paulo, de São José do Rio Preto (Foto: Marcos Maluf)

Marina Castilho, 18, vive em São José do Rio Preto (SP), já coloca, com o vestibular da UFMS, 7 provas na conta este ano. “Gostei muito da prova, não se prendeu apenas em interpretação de texto. O tema da redação foi bastante atual e fácil de escrever. A única parte mais complicada foi matemática. Já fiz 7 vestibulares, da UFMS junto com Unesp foi as melhores”, comentou.

O estudante Luiz Fellipe, 18, acredita que a prova foi fácil de argumentar. “A prova foi bem fácil, a redação é tranquila para se argumentar, usei muito conteúdo atual para basear e a prova foi bem fácil até chegar em matemática. De todos que já fiz, 4, esse foi o segundo melhor”, opinou.

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