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Educação e Tecnologia

Pesquisadores de MS desenvolvem embalagem de embutidos com pele de tilápia

Além de sustentável, pesquisa da UFGD será alternativa saudável para produção de salames e linguiças

Por Mylena Fraiha | 05/03/2024 15:30
Embalagens elaboradas a partir de biofilmes compostos por escamas e pele de tilápia (Foto: Divulgação)
Embalagens elaboradas a partir de biofilmes compostos por escamas e pele de tilápia (Foto: Divulgação)

Pesquisadores da UFGD (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) desenvolveram embalagens sustentáveis para produtos embutidos, como salames e linguiças. Essas embalagens são elaboradas a partir de biofilmes compostos por escamas e pele de tilápia. A proposta é que o biofilme produzido seja uma alternativa mais "saudável" para os embutidos.

A pesquisa, intitulada "Desenvolvimento de produtos alimentares inovadores, ricos em proteínas, a partir de pescado e microalgas, utilizando estratégias de biorrefinaria e de bioeconomia circular", é coordenada pelo professor Dr. Marcelo Fossa da Paz do BIOENG (Laboratório de Bioengenharia) da UFGD.

Ele explica que o estudo tem explorando o uso da quitosana, um polissacarídeo extraído da escama do peixe, combinado com microorganismos, para desenvolver membranas com propriedades antimicrobianas, antioxidantes e nutricionais. Também reforça que essa descoberta é resultado da busca por alimentos de qualidade, livres de aditivos sintéticos, e mais sustentáveis para a saúde e o meio ambiente.

"Conforme a produção de tilápia cresce em Mato Grosso do Sul maior é o volume de resíduos, então é importante buscar formas de aproveitamento em novos produtos e fazer isso de uma forma mais saudável para o consumidor. Estamos em busca de um invólucro semelhante ao que tem no mercado, porém com possibilidade de incorporação de várias outras propriedades para que seja melhor aproveitado pelo nosso corpo", ressalta Marcelo Fossa da Paz.

Pesquisador da UFGD mostra biofilme desenvolvido em laboratório de MS (Foto: DIvulgação)
Pesquisador da UFGD mostra biofilme desenvolvido em laboratório de MS (Foto: DIvulgação)

Novas fontes - A equipe também testou microrganismos conhecidos e explorou o Cerrado sul-mato-grossense em busca de novas fontes. Três espécies de microalgas, ainda não identificadas, foram encontradas em córregos do Rio Dourados, e mostraram potencial promissor tanto para a formação de biofilmes quanto como suplemento nutricional.

Segundo o pesquisador, o projeto financiado pela Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) será finalizado com a produção de linguiças embaladas em membranas feitas a partir da combinação de colágeno de peixe e quitosana.

Entretanto, a equipe continuará pesquisando a inclusão de nutrientes, microrganismos probióticos e suplementos alimentares. "Há muitas possibilidades, pois a partir dessa formulação, podemos incorporar vários elementos que melhorarão a qualidade nutricional. Podemos adicionar a proteína da ora-pro-nobis, por exemplo, e alguns óleos essenciais que protegerão o alimento e aumentarão sua vida útil, impedindo a oxidação das gorduras da carne", explicou o pesquisador.

Economia - Além de inovadora, a UFGD defende que a biotecnologia pesquisada pode ter impactos ambientais e econômicos significativos para o Estado, uma vez que utilizará os resíduos da indústria de pescado, e possibilitará o surgimento de novas empresas baseadas no reaproveitamento.

Importante ressaltar que Mato Grosso do Sul é o quinto maior produtor de tilápia do Brasil, com 32,2 mil toneladas, e o segundo maior exportador dessa espécie no país, com uma receita de US$ 4,2 milhões, conforme dados da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR).

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