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Educação e Tecnologia

Redação tem tema em alta e coloca 15 mil alunos para debater paz e não-violência

“A cultura da paz e da não-violência como alicerce para o verdadeiro desenvolvimento" foi o mote para textos

Aline dos Santos | 04/12/2022 17:36
Prova do vestibular da UFMS foi aplicada neste domingo. (Foto: Henrique Kawaminami)
Prova do vestibular da UFMS foi aplicada neste domingo. (Foto: Henrique Kawaminami)

“A cultura da paz e da não-violência como alicerce para o verdadeiro desenvolvimento”. O tema da redação do vestibular da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), aplicado a 15.707 estudantes neste domingo (dia 4), traz um assunto “em alta” no debate público.

“Diferentemente do Enem, apareceu um tema ‘em alta’ e diretamente associável a conceitos e repertórios que fazem parte do cotidiano da maioria das pessoas. Acredito que os alunos tenham tido certa facilidade para argumentar. Considerando que o gênero cobrado foi o dissertativo-argumentativo”, afirma a professora de redação Bruna Lucianer.

No Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), a redação teve como mote os “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.

A professora pondera que evita dar aos temas das redações o peso de ajudar ou atrapalhar algum aluno. Ou seja, ela avalia que não há um perfil específico que possa ser beneficiado diante de determinada temática.

“O aluno, devidamente orientado por um bom professor, precisa estar preparado para escrever sobre absolutamente qualquer tema. Isso é possível estudando a estrutura dos gêneros textuais e adquirindo repertório diversificado”, diz Bruna.

Doutora em educação da UFMS, Ângela Costa afirma que o tema da redação é sempre uma loteria, mas que muitas vezes as questões sociais sobre as quais os estudantes precisam discorrer passam ao largo da sala de aula.

“O importante é saber se os jovens estão preparados para esses temas que estão aflorando na sociedade e no seu cotidiano. A gente, às vezes, vê uma escola muito apática, avessa à discussão das coisas que acontecem, quase como uma sala de centro cirúrgico, onde tudo é esterilizado. Então, é complicado, qualquer tema que afete as questões sociais passa a ser um problema a mais”, afirma Ângela.

Neste domingo, a violência, principalmente contra criança, acabou sendo uma temática especialmente sensível para Ângela, que se deparou com uma menina de três anos sendo agredida pela mãe no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande.

“Limpava violentamente seu rosto, com um pano, suas mãos e pernas. A criança chorando. Parei e olhei fixamente para a cena, aguardando uma agressão mais violenta, achando que a mãe ia ver que eu estava atenta. De repente, surge uma outra mulher, que já estava saindo com seu marido e filhos e parte pra cima dessa mãe”, relata.

A mulher que se revoltou era uma médica e ameaçou chamar a polícia. A mãe acabou se desculpando com a menina e com os presentes, sendo alertada de que o Estatuto da Criança e Adolescente determina que os menores de idade têm proteção da sociedade, que, neste episódio, saiu em defesa da menina chorosa e de laço na cabeça.

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