Enquete revela que 8 em cada 10 preferem não ajudar moradores de rua
Maioria dos participantes demonstra distanciamento e baixa disposição para se envolver com a questão social
A enquete feita pelo Campo Grande News perguntou aos leitores o que eles fazem ao se deparar com um morador de rua e revelou um cenário de indiferença da maioria. O resultado mostra que 81% afirmaram não interferir, enquanto 16% disseram que ajudam com dinheiro ou comida e apenas 3% acionam a assistência social.
RESUMO
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O dado reforça a distância entre a realidade das ruas e a disposição da população para se envolver com o problema, mesmo diante do aumento de pessoas vivendo nessa condição em Campo Grande. Como mostrou a reportagem “À espera de censo, novos rostos se espalham pela cidade no drama das drogas”, cresce o número de pessoas sem moradia, muitas delas ligadas ao uso de crack, o que reforça tanto a vulnerabilidade quanto a percepção de insegurança.
Nos comentários da publicação, os leitores revelaram sentimentos divididos. Parte afirma que procura ajudar com respeito, comida ou roupas, destacando que “tratar bem” é uma forma de humanidade. Outros, no entanto, relatam episódios de violência e preferem se afastar, trocando de calçada ou evitando contato no trânsito, principalmente à noite. Há quem associe diretamente a presença de moradores de rua ao crime e às drogas, reforçando estigmas e justificando a recusa em oferecer apoio. Também surgiram depoimentos de cautela de pessoas que ajudam em determinadas situações, mas que evitam em outras por medo de agressões.
O resultado da enquete mostra, portanto, que a maior parte da população prefere se manter distante, ainda que exista um grupo significativo que mantém gestos de solidariedade. O fato de a opção por acionar a assistência social ter recebido apenas 3% dos votos indica também uma baixa confiança nos serviços públicos para lidar com a questão. Em síntese, os moradores de rua se multiplicam, mas o olhar da sociedade oscila entre compaixão, medo e rejeição, em um cenário em que faltam políticas efetivas e respostas coletivas para enfrentar o problema.