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Enquetes

Enquete revela que 8 em cada 10 preferem não ajudar moradores de rua

Maioria dos participantes demonstra distanciamento e baixa disposição para se envolver com a questão social

Por Gabriel Neris | 05/09/2025 06:59
Enquete revela que 8 em cada 10 preferem não ajudar moradores de rua
Usuários de drogas em calçada de bairro da Capital (Foto: Henrique Kawaminami)

A enquete feita pelo Campo Grande News perguntou aos leitores o que eles fazem ao se deparar com um morador de rua e revelou um cenário de indiferença da maioria. O resultado mostra que 81% afirmaram não interferir, enquanto 16% disseram que ajudam com dinheiro ou comida e apenas 3% acionam a assistência social.

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Enquete revela indiferença da maioria da população de Campo Grande em relação aos moradores de rua. 81% dos entrevistados afirmam não interferir na situação, enquanto 16% ajudam com dinheiro ou comida e apenas 3% acionam a assistência social.O resultado expõe a crescente distância entre a realidade das ruas e o envolvimento da sociedade, mesmo com o aumento da população em situação de rua, agravado pelo uso de drogas. A pesquisa também revela sentimentos divididos entre compaixão, medo e rejeição, além da baixa confiança nos serviços públicos. A falta de políticas efetivas e respostas coletivas contribui para a complexidade do problema.

O dado reforça a distância entre a realidade das ruas e a disposição da população para se envolver com o problema, mesmo diante do aumento de pessoas vivendo nessa condição em Campo Grande. Como mostrou a reportagem “À espera de censo, novos rostos se espalham pela cidade no drama das drogas”, cresce o número de pessoas sem moradia, muitas delas ligadas ao uso de crack, o que reforça tanto a vulnerabilidade quanto a percepção de insegurança.

Enquete revela que 8 em cada 10 preferem não ajudar moradores de rua

Nos comentários da publicação, os leitores revelaram sentimentos divididos. Parte afirma que procura ajudar com respeito, comida ou roupas, destacando que “tratar bem” é uma forma de humanidade. Outros, no entanto, relatam episódios de violência e preferem se afastar, trocando de calçada ou evitando contato no trânsito, principalmente à noite. Há quem associe diretamente a presença de moradores de rua ao crime e às drogas, reforçando estigmas e justificando a recusa em oferecer apoio. Também surgiram depoimentos de cautela de pessoas que ajudam em determinadas situações, mas que evitam em outras por medo de agressões.

O resultado da enquete mostra, portanto, que a maior parte da população prefere se manter distante, ainda que exista um grupo significativo que mantém gestos de solidariedade. O fato de a opção por acionar a assistência social ter recebido apenas 3% dos votos indica também uma baixa confiança nos serviços públicos para lidar com a questão. Em síntese, os moradores de rua se multiplicam, mas o olhar da sociedade oscila entre compaixão, medo e rejeição, em um cenário em que faltam políticas efetivas e respostas coletivas para enfrentar o problema.