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Cidades

Festival de Bonito é dia de glória para estreantes

Redação | 31/07/2008 10:57

O pai do baterista Dudu, da banda pop Delay, abre o portão. "Eles estão ensaiando, como sou pai do baterista, o quartel general acabou sendo a nossa casa", diz com um sorriso. O grupo de garotos de 17 anos foi selecionado e estréia este ano no Festival de Inverno de Bonito

A família, de classe média alta, transformou o escritório da casa em estúdio de ensaio. Dentro do aquário, espaço do estúdio separado da técnica por isolamento acústico e janela de vidros duplos, a banda ensaia, há semanas, todos os dias, pelo menos quatro horas por dia.

Após respostas protocolares de alguns integrantes, visivelmente nervosos com a entrevista, sobre a ansiedade da banda após a notícia da seleção para o festival, o baixista Yev dispara com uma franqueza adolescente: "Para falar a verdade, a gente não esperava não, queríamos muito participar, mas foi uma surpresa quando ficamos sabendo. E tá todo mundo ansioso, tentando preparar o que tem de melhor para o show".

Os integrantes da banda, todos amigos de infância, tem ainda Arthur no vocal, Bruno no violão e Fabinho na guitarra. Citam entre influências gente como Zeca Baleiro, Manah, Filho dos Livres, Teatro Mágico, o infalível U2 e os comportados descabelados da banda pop inglesa McFly.

Mas sem muito apego, "a gente não tem ídolo, gostamos de algumas bandas, mas queremos fazer um som nosso", filosofa Bruno, que compõe, com o vocalista Arthur, a maioria das canções do grupo, um pop rock afinado que trata dos problemas existenciais característicos da turma: garotas, decepções amorosas, fim do mundo, medo de errar, e por aí vai.

Coração de mãe - Antes da pausa para o lanche, a mãe do baterista, Elizete Ávila, fala da emoção de ter ouvido pela primeira vez a banda tocar no rádio."Eu estava em casa e as pessoas ligavam para cá, os amigos, todo mundo, o coração da gente fica em festa, porque sabemos o quanto isso é importante para eles".

Para Elizete a banda enfrenta preconceito pela idade dos integrantes e pela classe social. "Eles são muito novos e vêm de famílias que consquistaram um certo equilíbrio financeiro, isso faz com que seja mais difícil para eles mostrar a seriedade do que estão fazendo".

Rumo ao sucesso - O pai, Ademir Borges, saca de uma bolsa o primeiro CD da banda "Nosso Melhor Lugar". "Eram só duzentas cópias e foi tudo vendido, então a gente guarda as coisas que eles estão fazendo, porque pode não ter mais depois", diz Ademir, que ajuda a banda a articular suas estratégias em busca do sucesso. "Fazemos contatos, damos apoio, porque acreditamos no trabalho deles, eles são muito novos ainda mas já alcançaram nível de qualidade muito bom no trabalho". A próxima meta é o Faustão. "
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