Índias querem 'desfilar tradições' em concurso de beleza
Diferente de concursos de beleza onde o importante é conquistar o título de miss, as candidatas do 1º Beleza Indígena estão ansiosas para divulgar a cultura das aldeias. O diferencial do evento está presente desde os preparativos e deve seguir até o dia da escolha da mais bela índia do Estado.
Segundo a organização, o que vale maior pontuação no desfile é o traje típico, confeccionado pelas índias, segundo as tradições de cada aldeia. Além disso, as candidatas têm que saber a 'língua mãe' de sua etnia.
A índia Terena Valéria Figueiredo, de 18 anos, afirma que sua maior expectativa para o desfile de amanhã é ver o reconhecimento de sua cultura. Ela conta que participou de um concurso de beleza tradicional no ano passado, mas garante que esse é especial porque permite que ela mostre as tradições de seu povo.
"Eu quero mostrar as coisas boas da minha aldeia", conta a indígena que vive na aldeia Tereré, em Sidrolândia.
A índia terena Maria Aparecida Alcântara, de 18 anos, que vive na Aldeia Buriti, no município de Dois Irmãos do Buriti, participa pela primeira vez de um concurso de beleza e fala da importância de reforçar a tradição de seu povo. "Vou mostrar a minha origem, de onde eu vim", afirma.
Desfile - Amanhã às 16h, 17 garotas entre 14 e 24 anos irão desfilar no Parque Sóter para mostrar sua cultura e concorrer ao titulo de indígena mais bela do Estado. Entre as candidatas, estão indígenas das etnias terena, guató atkun, guarani-kaiowá e kadiwéu.
Para a coordenadora do projeto, índia terena Silvana Dias de Souza Albuquerque, de 33 anos, o concurso serve para valorizar a história e os costumes indígenas. "Não queremos mostrar só a beleza, mas a tradição. Por trás desse concurso está a nossa cultura", ressalta.
Ela conta que quando foi divulgar o projeto nas aldeias, até os caciques e os mais velhos ficaram empolgados com a idéia de expor a maneira como eles vivem. "Foi novidade para todo o mundo, e eles acharam muito bom", conta.
