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Cidades

Moradoras de MS gravam vídeos para 'Revelando os Brasis'

Redação | 18/10/2010 19:55

Após 14 dias de oficinas audiovisuais intensivas no Rio de Janeiro (RJ), os 40 moradores de cidades pequenas com até 20 mil habitantes, selecionados pela quarta edição do Concurso de Histórias do Revelando os Brasis, voltaram para casa para gravação dos vídeos digitais com até 15 minutos de duração.

O projeto reúne moradores de diferentes partes do país, dentre os quais, duas selecionadas dos municípios de Terenos e Ribas do Rio Pardo.

Com o acompanhamento de profissionais das áreas de cinema e comunicação, os selecionados estudaram temas como roteiro, direção, produção, fotografia, direção de arte, som, edição, finalização, pesquisa, mobilização, direitos autorais e comunicação colaborativa. As aulas foram realizadas de 4 a 17 de outubro nas Casas Casadas da Riofilme, no Rio de Janeiro.

Para a realização dos vídeos, os diretores contarão com o apoio de uma produtora regional que providenciará os equipamentos de câmera e de som digitais, com todas as despesas custeadas pelo projeto. No Mato Grosso do Sul, o Revelando os Brasis IV realizará duas produções: "Enterro", de Hilda Maria dos Santos, de Terenos; e "Saga de um Carvoeiro", de Lucia Regina Alves Pereira, de Ribas do Rio Pardo.

Processo - Após a gravação, edição e finalização, as obras serão apresentadas em espaços abertos e gratuitos durante o Circuito Nacional de Exibição do Revelando os Brasis. O projeto prevê ainda a exibição dos vídeos em um programa de TV veiculado pelo Canal Futura, além do lançamento dos filmes em DVD com distribuição gratuita entre organizações sociais e culturais, bibliotecas, universidades e cineclubes de todo o Brasil.

O Revelando os Brasis faz parte de um conjunto de ações para democratizar o acesso aos meios de produção audiovisual, possibilitando aos moradores dos pequenos municípios contar suas próprias histórias por meio do vídeo. A iniciativa é um instrumento de registro da memória e da diversidade cultural do país e revela novos olhares sobre o Brasil.

A realização é do Instituto Marlin Azul, com patrocínio da Petrobras e a parceria estratégica da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. O projeto conta também com a parceria do Canal Futura e os apoios da TV Brasil e da Riofilme.

Sinopses - "Enterro" é uma das histórias de Hilda Maria dos Santos, casada com José Sérgio dos Santos, e mãe de três filhos. Seu marido, mais conhecido como Dedê Carreiro, transporta cereais e madeira e costuma viajar por vários dias. Ela aproveita a viagem para fazer serviços de turismo, transportando o povo para a missa do galo, em idas e voltas animadas por muita cantoria.

Numa destas madrugadas, Hilda estava sozinha com os filhos quando viu, por três vezes, uma tocha de fogo cair no chão. Conforme a tradição, algumas pessoas enterram suas economias e, ao morrerem, escolhem alguém e o orienta por meio de sinais para que ache o tesouro. Hilda contou o que viu para várias pessoas. E o conhecido Antônio Pires, na ânsia de ficar rico, escavou, mas não encontrou nada.

Hilda, que acreditava ter recebido a encomenda do além, decidiu seguir o sinal da tocha. Escavou por vários metros até achar uma caixa de madeira com muito dinheiro. E a família logo deu jeito de mudar da cidade.

Já "A Saga de um Carvoeiro" conta a história de Gregório, um homem simples, desempregado que sai do interior de Minas Gerais cheio de esperança por uma vida melhor numa carvoaria de Ribas do Rio Pardo. Apesar das promessas de benefícios feitas pelo empregador, o ambiente da carvoaria mostra ao trabalhador e a seus companheiros uma realidade de sofrimento, abandono e trabalho escravo.

Depois de ser explorado por 120 dias e da remuneração miserável, Gregório, que se recusa a ficar na mata, é abandonado na rua da cidade sem emprego, sem dinheiro, sem família e sem esperança.

De repente, sua vida passa por uma nova mudança. Desta vez, ele é resgatado por uma senhora de uma organização não governamental. A entidade acolhe o carvoeiro, oferece-lhe alimento, roupa, abrigo e terapia ocupacional através de aulas de arte, restaurando-lhe a dignidade.

Com a recuperação da autoestima, o personagem passa a se ocupar com a arte do barro e suas esculturas ganham reconhecimento internacional. Em uma de suas exposições, no Museu de Paris (cena que fecha a história), o protagonista revela ao mundo, por meio das esculturas, o cotidiano das carvoarias. (Com informações da assessoria).

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