Além de amigos, Copa da Madrugada reúne craques que marcaram o futebol de MS
Ídolos de Operário, Comercial e até do futebol nacional prestigiam as semifinais no Rádio Clube

Mais do que uma competição entre atletas amadores, amigos e sócios, a Copa da Madrugada se consolidou como um espaço de memória e celebração do futebol sul-mato-grossense. Nas semifinais realizadas neste domingo (18) no Rádio Clube de Campo Grande, o torneio atraiu espectadores especiais: ex-jogadores que marcaram época no futebol profissional do Estado e do país, especialmente nos históricos rivais Operário e Comercial.

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A Copa da Madrugada, realizada no Rádio Clube de Campo Grande, transcende o futebol amador ao reunir ex-jogadores que marcaram época no esporte sul-mato-grossense. Entre os presentes, destacam-se Sulei Garcia, ex-volante do Operário, e Francisco Gonçalves, que atuou pelo Comercial, ambos relembrando os tempos áureos do clássico Comerário. O evento, que ocorre há mais de 60 anos, promove a união entre gerações e mantém viva a paixão pelo futebol. A final do torneio está marcada para o próximo domingo, com expectativa de grande público e clima festivo.
Entre os nomes presentes na arquibancada, o ex-volante Sulei Garcia, de 75 anos, é um dos símbolos dessa conexão entre o futebol profissional e o torneio amador. Natural de Santana do Livramento (RS), fronteira com o Uruguai, Garcia começou no futebol aos 18 anos. Com 19, já defendia o Internacional de Porto Alegre, onde jogou por três temporadas antes de rodar o país.
“Depois do Inter, fui jogar em Recife, depois Natal, e cheguei ao Operário de Campo Grande para ficar um ano. Acabei ficando o resto da vida”, relembrou Garcia. “Depois ainda joguei mais dois anos no Comercial, já no fim da carreira. Hoje moro no Sul, mas estou de passagem e aproveitei para rever os amigos aqui no clube”, disse.
A história de Sulei reflete o que muitos jogadores viveram nas décadas de ouro do futebol local, quando o Comerário, clássico entre Comercial e Operário, lotava estádios e dividia a cidade, realidade muito distante da vivenciada atualmente.
Outro personagem marcante que acompanhou os jogos da Copa foi Francisco Gonçalves, de 84 anos, ex-jogador do Corinthians, que encerrou a carreira em Campo Grande, jogando pelo Comercial. Paulista, Gonçalves chegou à capital sul-mato-grossense por volta de 1984 e permaneceu por mais de duas décadas ligado ao clube.
“O auge do futebol em Campo Grande foi algo que marcou nossa geração. O Morenão lotava para o Comerário. Hoje é triste ver o estádio parado, sem uso. Mas fico feliz em ver que eventos como a Copa da Madrugada ainda mantêm viva a paixão pelo futebol”, afirmou Gonçalves.
O respeito e a amizade entre ex-rivais é algo que se repete fora de campo. Gonçalves e Garcia, que foram volantes de Comercial e Operário, respectivamente, relembraram os embates intensos dentro das quatro linhas, mas também destacaram a relação de amizade construída fora delas.
“Na competição que jogávamos, ele era o volante do Operário e eu era o volante do Comercial. A rivalidade era só dentro do campo”, disse Gonçalves, sorrindo ao lado do antigo adversário.
A Copa da Madrugada tem sido, há mais de seis décadas, uma tradição que vai além do esporte. Realizada sempre nas manhãs de domingo, a competição conta com partidas disputadas entre sócios e convidados, divididos nas categorias Supermaster (acima de 55 anos) e Master/Livre (a partir de 16 anos). A edição de 2025 homenageia Othon Barbosa, ex-presidente do clube, e segue movimentando o calendário esportivo da capital.
A final do torneio será no próximo domingo, 25 de maio, a partir das 7h, na Arena Rádio Clube, com a promessa de jogos equilibrados e clima festivo. A expectativa é de casa cheia para acompanhar os confrontos decisivos e, quem sabe, encontrar novamente lendas do passado que contribuíram com a história do futebol local.