ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, QUINTA  02    CAMPO GRANDE 26º

Esportes

Mesmo com pior futebol do País, presidente da FFMS tem "salário" dobrado

Presidente interino da CBF aumentou repasse para chefe da Federação de R$ 20 mil para R$ 50 mil

Nyelder Rodrigues | 06/08/2021 22:06
Francisco Cezário, presidente da FFMS, um dos beneficiados com aumento dado pela CBF. (Foto: Arquivo/Nyelder Rodrigues)
Francisco Cezário, presidente da FFMS, um dos beneficiados com aumento dado pela CBF. (Foto: Arquivo/Nyelder Rodrigues)

Que o futebol de Mato Grosso do Sul não anda bem das pernas, não é nenhuma novidade. Contudo, apesar de todos os problemas, o presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário, foi um dos agraciados pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), com reajuste do repasse mensal.

Até o mês passado, o repasse feito todo mês para os presidentes estaduais ficava na casa dos R$ 20 mil e R$ 25 mil. Contudo, o valor agora deve chegar a R$ 50 mil - tudo isso ocorre justo em um período de crise e de decisões na CBF.

Recentemente, o então presidente da CBF, Rogério Caboclo, se viu envolto em um escândalo com componentes escabrosos, como assédio moral e sexual a uma funcionária, e até o excesso do uso de bebidas alcoólicas em pleno expediente.

Caboclo foi afastado do cargo e não poderá mais atuar no futebol, ficando em seu lugar, o vice-presidente mais velho, Antônio Carlos Nunes, popularmente chamado de Coronel Nunes, também presidente da federação paraense.

Nunes já comandou interinamente da CBF em outra oportunidade e conduziu eleições na entidade, também adotando o mesmo expediente: aumento de repasse para as federações. De acordo com reportagem de Gabriela Moreira, do Globo Esporte, a situação se repete desde a virada do mês e foi apelidada de "mensalinho" pelos dirigentes.

A matéria ainda indica que o repasse mensal específico para custeio das federações, que antes ficava na casa dos R$ 85 mil, agora será de R$ 100 mil - totalizando R$ 150 mil que, em 12 meses, podem fazem com que os repasses cheguem a R$ 1,8 milhões.

Pior do Brasil - Entre as 27 federações que formam a CBF, o último ranking da entidade apontou Mato Grosso do Sul como a 23ª da lista. Contudo, cálculos de especialistas baseados nos resultados que formam o ranking já apontam uma queda de duas posições - o que fará o Estado perder uma das duas vagas em nacionais.

Na temporada 2021, Mato Grosso do Sul é o estado com o pior desempenho em campeonatos brasileiros. Com apenas uma equipe na disputa da Série D, o Águia Negra, e nenhuma em outras divisões do Brasileirão, o Estado somou apenas cinco pontos até aqui, passadas 10 rodadas do quarto e último escalão do futebol nacional.

Críticos apontam que o mau desempenho é fruto de uma má gestão da Federação local, que reflete nos clubes em campo, apesar do constante aumento de recursos destinados pela CBF para bancar o futebol sul-mato-grossense.

Em quatro anos, o valor aumentou consideravelmente, passando de R$ 945 mil em 2017 para R$ 1,3 milhão em 2020, último ano em que houve declaração do balanço financeiro da entidade - sempre feito no mês de abril posterior ao ano a que se refere.

A título de comparação sobre o número de participantes nas competições nacionais, contando as quatro séries do Brasileirão, o Estado de São Paulo conta com 17 participantes, enquanto o Rio Grande do Sul tem nove e seguido por oito do Rio de Janeiro. Mato Grosso conta com três, enquanto o Maranhão tem quatro.

A reportagem tentou contato telefônico com o presidente da FFMS, Francisco Cezário, antes do fechamento do texto. Contudo, até o momento em que a matéria foi publicada, não houve resposta nas tentativas. O espaço segue aberto para manifestação.

Nos siga no Google Notícias