Peneirada de time gaúcho alimenta sonho de adolescentes

Hoje poderia ser apenas mais um sábado, com tempo para descanso e diversão. Mas para 300 meninos de Campo Grande o dia pode se tornar o primeiro de uma vitoriosa carreira como jogador de futebol, do Grêmio. No Centro Olímpico Professor Ruy Jorge da Cunha, no bairro Vila Nasser, região norte da capital, uma "peneirada", como é chamada a seleção de jovens jogadores, movimentou a população da cidade e do interior do Estado.

Organizado por Lima, ex-jogador do Operário e de grandes clubes como Internacional, Corinthians e Benfica de Portugal, o evento dá novo fôlego para quem achava que as oportunidades nunca chegam. "Eles precisam aproveitar cada chance que aparece. Nunca se sabe se vai ser hoje o dia dele", conta o comerciante Astúrio Camargo Stein, de Dourados, que enfrentou a chuva de sexta-feira para vir de moto até a capital trazendo o filho Carlos Batista Stein Neto.

"Pedi para ele ficar tranquilo, é a primeira vez que ele participa. Se não for selecionado, ao menos ganhou experiência", diz Astúrio, que torce pelo Palmeiras e o filho é corinthiano. "Se for para jogar no Grêmio, no Inter, em qualquer grande clube fico feliz. A rivalidade deixo de lado", complementa o orgulhoso pai.

Os meninos correm pelo gramado do Centro Olímpico observados pelos olhos curiosos de seus concorrentes, pela ansiedade e orgulho dos familiares e pela visão crítica do avaliador Thiago Figueiró, que veio do Rio Grande do Sul acompanhar a seletiva. "Basicamente são observados quatro eixos, como qualidade técnica, condicionamento físico, habilidade tática e se o rapaz se adequa ao estilo do time e às necessidades do grupo. Pode ser um jogador ou dez, buscamos a qualidade sempre", explica Thiago.

O ex-jogador Lima acompanha a movimentação em campo na difícil tarefa de selecionar os melhores. "Alguns são muito bons e outros podem não dar tudo de si hoje. E essa a minha tarefa, descobrir quem pode, daqui dois meses, ser o jogador que o time precisa".

Torcida