ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, TERÇA  07    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Crianças e adolescentes continuam indo ao lixão, dizem funcionários

Viviane Oliveira | 28/02/2012 17:12

Na manhã de ontem (27), um adolescente de 17 anos foi flagrado trabalhando no local

A restrição à entrada de crianças no Lixão é alvo de ação na justiça desde o fim da década de 1990. (Fotos: Marlon Ganassin)
A restrição à entrada de crianças no Lixão é alvo de ação na justiça desde o fim da década de 1990. (Fotos: Marlon Ganassin)

Trabalhadores do lixão da saída para Sidrolândia, em Campo Grande, onde um menino de 9 anos morreu soterrado no dia 28 de dezembro do ano passado, apontam falhas na segurança feita por guardas municipais, e, de acordo com eles, adolescentes e até crianças continuam frequentando o local.

O Conselho Tutelar confirma que o problema persiste, embora em menor grau e sem envolver crianças.

Conforme relatos dos funcionários, os guardas não ficam 24 horas fiscalizando o aterro. A ronda é feita em uma viatura com giroflex ligado, com isso quem não tem permissão para entrar quando avista o carro se esconde ou foge.

A reportagem do Campo Grande News esteve no final da tarde de ontem no depósito de resíduos e não encontrou fiscalização.

Indagado, um funcionário que trabalha na pesagem de caminhões de lixo, e que pediu para não ser identificado, disse que a segurança no local é falha. “Eles percorrem toda a extensão do lixão com uma viatura, mas não é o suficiente. Quando a gente vai ver cadê eles? Já foram embora. Não é o tempo todo que ficam aqui”, relata.

Na manhã desta segunda-feira (27), um adolescente de 17 anos foi flagrado trabalhando no local. Ele foi encaminhado pela Guarda municipal para o Conselho Tutelar Sul.

“Se a Prefeitura não for mais rigorosa, vamos presenciar outro acidente”, disse um funcionário que trabalha, há 10 anos no local, empurrando o lixo em máquinas de esteiras.

Na manhã de ontem (27), um adolescente de 17 anos foi flagrado trabalhando no local.
Na manhã de ontem (27), um adolescente de 17 anos foi flagrado trabalhando no local.

Segundo o trabalhador, volta e meia são flagrados catadores de lixo no barranco, local onde Maycon Correia de Andrade morreu após ser soterrado por uma montanha de lixo. “Eu falo direto que é perigoso, alguns saem e outros facilitam muito.

Já se arriscam adultos que estão acostumados a trabalharem aqui, imagina crianças e adolescentes que não tem noção do perigo”, pontua.

Para ele, depois que a guarda começou a fiscalizar criança não entra no local. “Se entra é marmanjo menor de idade”, afirma.

Edvaldo Ferreira Souza, 56 anos, que trabalha no período da noite, também com máquinas de esteiras, disse que já viu crianças no local trabalhando. “Eu já fiz a minha parte avisando a Guarda Municipal”, finaliza.

O conselheiro Adriano Ferreira informou que a fiscalização inibiu bastante a entrada de adolescente e principalmente de crianças. “Quando é encontrado no lixão o responsável é identificado, aplicado medida de proteção e notificado a comparecer no Conselho Tutelar Sul”, explica.

Oficialmente proibida - A permanência de crianças no lixão é alvo de ação na justiça desde o fim da década de 1990. O problema ficou ainda mais evidente no fim de 2011, quando Maycon Correia de Andrade, de 9 anos, morreu soterrado por uma montanha de lixo no dia 28 de dezembro. O corpo do garoto só foi encontrado após 20 horas de buscas.

A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que a determinação é que os Guardas Municipais fiquem no local 24 horas, para atender as ocorrências do lixão.

A orientação é para que qualquer funcionário do aterro que perceber a entrada de criança ou adolescente avisar imediatamente os guardas. A assessoria informou que depois que a guarda passou a fazer a fiscalização não teve nenhum registro de criança no local.

Nos siga no Google Notícias