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Coffee Break dá "aval" a discurso de vítima de prefeito

Waldemar Gonçalves | 02/06/2016 06:00

Pouco caso – Até dia desses, ele estava na Governadoria atrás de dinheiro para ajudar em projetos na cidade, mas, ontem, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), fez pouco caso do papel do Governo do Estado na gestão pública. Durante evento com representantes de várias cidades, disse que o Executivo estadual seria um mero intermediário. “Devia existir apenas o governo federal e os municípios, afinal, tudo acontece nos municípios”, discursou. Para Bernal, seria mais fácil se a gestão fosse simplificada, sem o governo estadual.

IPTU bombando – No mesmo evento, no Hotel Jandaia, o secretário de Finanças e Controle, Disney Fernandes, destacou que Campo Grande tem uma posição privilegiada na arrecadação de IPTU. Ainda assim, o dinheiro que entra corresponde, segundo ele, a apenas 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) da cidade, que neste ano já arrecadou mais de R$ 230 milhões.

Vítima repetitiva – Seu mandato está perto de terminar, mas Bernal não vira o disco. Aproveitou a agenda pública para repetir seu discurso de vítima. Falando da Coffee Break, disse que 24 gestores “roubaram” o município e foram denunciados à Justiça. “São vereadores que deixaram o interesse público para agir por interesses mesquinhos, escusos e marginais”, num período, segundo ele, em que Campo Grande andou para trás.

Inocentes – Por outro lado, vereadores denunciados pela Coffee Break dizem ter a consciência tranquila. Entre eles, João Rocha (PSDB) lembra que possui uma academia de judô; Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), teve “bons lucros” com a “marretagem” de automóveis; Edson Shimabukuro (PTB) lembrou que além dos R$ 11 mil líquidos que recebe da Câmara, recebe R$ 10 mil por cargo que ocupa no CREA e, em nota, Eduardo Romero (Rede) ressaltou ser “transparente e responsável”.

Alma lavada – “O tempo é o senhor da razão”, acrescentou Bernal sobre os vereadores denunciados, suspeitos de compor esquema que culminou em sua cassação, em 2014. Questionado se isso fortalece uma possível reeleição, desconversou: “É óbvio que o PP pretende ter candidatura majoritária, mas não queremos interferência negativa na gestão do município. Sei que já existem pré-candidatos buscando vice, mas não é meu caso. Vamos deixar para o momento certo”.

Nossa Lava Jato – Bernal ainda compara a Coffee Break à operação Lava Jato. Porém, segundo ele, o prejuízo em Campo Grande foi proporcionalmente maior que o sofrido pela União com desvios na Petrobras. “Aqui gira em torno de 30% do nosso orçamento. É muita coisa, é muito grave”, avalia, citando a dificuldade em administrar uma cidade frente aos obstáculos impostos pelo Legislativo.

Aliens petistas – “Confesso que estou assustado com o cinismo dos aliados do governo anterior”, declarou o senador WaldemirMoka (PMDB-MS) na tribuna do Senado, ontem. Segundo ele, a postura do PT e aliados é de quem nunca governou o Brasil. “Parece que petistas e aliados desceram de uma espaçonave, chegando a este planeta pela primeira vez, vindos de outro plano”, cutucou.

Ideologia – Na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) comparou a gestão federal do PT à de governantes de outros tempos, citando que acompanhou Jânio quadros, João Goulart e a ditadura militar, por exemplo. Comentou, inclusive, que ajudou o PT em Mato Grosso do Sul, apresentando projetos para o setor produtivo durante a gestão de José Orcírio, o Zeca do PT. Tudo isto para dizer que os petistas não podem “colocar ideologia à frente do Poder Público”.

Não é só o PT – Rebatendo o colega, Cabo Almi (PT) disse que o atual DEM vem do antigo PFL, que teve políticos questionados sobre suas ações, a exemplo de Antônio Carlos Magalhães, José Agripino Maia e Demostenes Torres. “Eles também tiveram suas denúncias, não é só o PT”.

Pelo PPS – Secretário estadual de Cultura, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery formalizou ontem pedido de afastamento do cargo para concorrer à Prefeitura de Campo Grande pelo PPS. Ele vislumbra uma campanha diferenciada após período com vários escândalos na política. “A população está muito mais atenta e informada e isto vai exigir uma nova postura dos candidatos, tanto em relação aos gastos de campanha como as propostas que vão ser apresentadas, a sociedade não vai mais admitir as campanhas milionárias que alimentam a corrupção”.

(com a redação)

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