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Arquitetura

Casal transforma casa pintando paredes e móveis cheios de história

Sem gastar uma fortuna, casal prova que é possível decorar garimpando móvel que iria para o lixo

Thailla Torres | 11/09/2019 07:47
Daiane Libero e Davidson Peixoto Fontes colorem a casa sempre que podem. (Foto: Henrique Kawaminami)
Daiane Libero e Davidson Peixoto Fontes colorem a casa sempre que podem. (Foto: Henrique Kawaminami)

A recepção na casa da jornalista Daiane Libero e do arquiteto Davidson Peixoto Fontes é calorosa. Sempre que alguma visita chega, seus três gatos e o cachorro surgem carinhosos. Além da recepção divertida, a casa no bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo, em Campo Grande, tem a decoração feita por eles como convite, em tons diferentes e móveis cheios de histórias.

As cores, especialmente a cor vermelha, são essenciais na vida de Daiane. Seja no móvel da sala, ou em um dos eletrodomésticos, ela usa e abusa do tom pela casa. Por isso, não é de se espantar que os ambientes ganhem tons fortes, onde móveis e objetos trazem vida às paredes brancas, que agora também estão ganhando novas cores.

Se a rotina de uma jornalista já é corrida, imagina a de Daiane que largou das redações para abrir a própria agência e a de Davidson que corre contra o tempo para atender os clientes e seus projetos. Isso faz com que a presença de fornecedores e prestadores de serviço para qualquer mudança na casa seja impossível. “Por isso, somos adeptos ao conceito minimalista e ao reuso de tudo o que é possível. Isso fez com que a gente se mexesse e fosse deixando a casa com a nossa cara, sem pressa, levando em conta nosso tempo e o nosso bolso”, descreve a jornalista.

Móvel com mais de 70 anos foi repaginado e deu outra cara à sala. (Foto: Henrique Kawaminami)
Móvel com mais de 70 anos foi repaginado e deu outra cara à sala. (Foto: Henrique Kawaminami)
Detalhe da decoração com plantas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Detalhe da decoração com plantas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ambiente ficou descontraído e moderno. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ambiente ficou descontraído e moderno. (Foto: Henrique Kawaminami)

Daiane se mudou para a casa há dois anos, depois que a irmã, arquiteta, projetou ambientes levando em conta seu estilo de vida. “Gosto muito de receber amigos, curtir um espaço arejado, com tomadas em pontos estratégicos, mas sem muitos exageros. Então ela projetou a casa pensando em uso e não somente em tamanho”.

Mas somente no ano passado os ambientes realmente tomaram forma. Quem ajudou a transformar os espaços e deixá-los mais acolhedores foi o namorado que agora compartilha os dias aos seu lado. Mas as transformações tiveram dose extra de imaginação da mãe, da irmã e, principalmente, da internet. “Muita coisa eu pego de inspiração na internet. E isso facilita muito porque a gente descobre que não é difícil transformar a casa e nem sempre isso custa caro. Para quem tem pouco dinheiro, é possível ir decorando aos poucos”.

A mudança inicial foi pela sala. Cansado da parede branca, o casal investiu logo na cor cinza. Mas longe de manter o aspecto “neutro”, o ambiente ficou mais divertido com um móvel antigo, de aproximadamente 70 anos de história, e que quase foi parar no lixo. “Minha mãe ganhou esse móvel de uma família que estava vendendo um guarda roupa. Ele tinha um tom bege, estava bastante destruído, mas minha mãe não teve coragem de jogar fora. Decidiu reformar e colocou uma cor vermelha nele. Se tornou meu preferido”.

Preferido da dona e dos gatos, o móvel combina bem com o verde das plantas que agora estão pela sala. “Planta é outra ideia bacana e barata de decoração. Algumas são muito práticas de cuidar e sobrevivem bem em ambientes fechados”.

O quadro gigantesco também não custou fortunas, é um poster de cinema que Daiane conseguiu fora da cidade e virou decoração autêntica. Vasinhos de plantas de diferentes formatos deram um toque diferente à repaginada.

Home office 100% decorado pelo casa. Parede foi feita por eles também. (Foto: Henrique Kawaminami)
Home office 100% decorado pelo casa. Parede foi feita por eles também. (Foto: Henrique Kawaminami)
Na decoração: mais plantas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Na decoração: mais plantas. (Foto: Henrique Kawaminami)

A sala com mesa de jantar e cozinha também ganharam cores com os eletrodomésticos vermelhos, objetos decorativos, canecas à mostra e coleção de garrafas de cerveja nada tradicionais.

Em outro ambiente, a decoração é bem no estilo “faça você mesmo”, com parede de cimento queimado que deu um ar descolado ao escritório do casal. “Gastamos em média R$ 30,00 para fazer essa parede”, conta Daiane.

O casal assistiu um tutorial no Youtube para realizar o sonho de ter o revestimento que virou tendência na decoração. “Compramos os materiais, que são essencialmente uma lata média de massa corrida e 1 tubo de pigmento preto, e iniciamos os trabalhos”, explica.

No início pareceu difícil, mas depois foi surpreendente, conta o arquiteto. “Ao fazer a 'primeira mão' você assusta, acha que não deu certo porque a parede fica horrível, mas na segunda mão você vê o resultado e percebe que não é tão difícil”, lembra.

O home office foi decorado com estante que custou cerca de R$ 100,00 em loja de escritório no Centro. A mesa de computadores foi feita com uma porta de vidro temperado usada. “Mandamos fazer apenas os cavaletes, pintamos e colocamos o vidro em cima. Virou uma mesa prática e espaçosa para os dois”.

Detalhe da cozinha com eletrodomésticos vermelhos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Detalhe da cozinha com eletrodomésticos vermelhos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Mesa de jantar neutra e decorações. (Foto: Henrique Kawaminami)
Mesa de jantar neutra e decorações. (Foto: Henrique Kawaminami)

A casa ainda não está totalmente pronta e com itens que Daiane gosta, mas esse é ponto mais divertido. “Ainda vamos pensar em muita coisa, mas aos poucos. Quando sobrar uma grana, vamos começar a transformar o quarto e por aí vai”.

Daiane diz que uma das coisas que a incentivou transformar sozinha a própria casa, sem quebra-quebra e presença de fornecedores, foi o conceito “Wabi-sabi”, que em linhas gerais significa valorizar a beleza nas coisas imperfeitas, onde na decoração é possível evidenciar as marcas do tempo e história dos objetivos. “É um conceito que transformou a minha vida e meu jeito de olhar a casa, especialmente, o que há dentro dela”, conclui.

Tem algum projeto de arquitetura bacana ou acredita que a decoração da sua casa pode inspirar outros leitores? Manda para o Lado B no Facebook, Instagram ou e-mail: ladob@news.com.br

Cozinha colorida com objetos garimpados. (Foto: Henrique Kawaminami)
Cozinha colorida com objetos garimpados. (Foto: Henrique Kawaminami)
Detalhe do revestimento da cozinha. (Foto: Henrique Kawaminami)
Detalhe do revestimento da cozinha. (Foto: Henrique Kawaminami)
Móvel antigo é o preferido dos gatos da casa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Móvel antigo é o preferido dos gatos da casa. (Foto: Henrique Kawaminami)
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