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Arquitetura

Para virar 'Pelourinho', Tia Eva precisa de R$ 4,5 milhões em projeto

Ideia é que a Rua Eva Maria de Jesus receba feiras culturais em espaço renovado para se tornar ponto turístico

Aletheya Alves | 03/04/2023 07:38
Corredor gastronômico na comunidade Tia Eva é o novo sonho dos moradores. (Foto: Juliano Almeida)
Corredor gastronômico na comunidade Tia Eva é o novo sonho dos moradores. (Foto: Juliano Almeida)

Autorizado pela Prefeitura a ser criado, o corredor gastronômico turístico e cultural da comunidade quilombola Tia Eva precisa de R$ 4,5 milhões para se tornar realidade. Diferente do que foi executado na Rua Bom Pastor, a ideia é reestruturar a Rua Eva Maria de Jesus para se tornar um “Pelourinho” campo-grandense.

Presidente da Associação dos Descendentes da Tia Eva, Ronaldo Jeferson da Silva detalha que a criação é mais um sonho da comunidade. “Os antigos já falavam sobre o sonho de transformar a nossa rua em algo parecido com o Pelourinho e com a criação do corredor acho que vai ser possível”.

Detalhando a ideia da comunidade ser diferente da Bom Pastor, ele comenta que a organização estrutural faz com que o projeto seja outro. “Aqui nós temos casas, então o projeto que foi trazido até nós é de fazermos essa parte cultural e de gastronomia como se fossem feiras”, explica.

No projeto desenvolvido pela prefeitura, a revitalização envolve a ampliação das calçadas e criação de novos espaços. É nesses locais que o movimento aconteceria, ao invés da rua receber, por exemplo, restaurantes fixos.

Para gerar espaços de interação e inserir bancos e outros mobiliários, a largura da rua seria diminuída. Outro ponto é que a via receberia nova pavimentação e drenagem.

Ronaldo explica que ideia não é transformar a rua em uma "Bom Pastor". (Foto: Juliano Almeida)
Ronaldo explica que ideia não é transformar a rua em uma "Bom Pastor". (Foto: Juliano Almeida)
Após ser autorizado, corredor gastronônimico e cultural precisa de emendas. (Foto: Divulgação)
Após ser autorizado, corredor gastronônimico e cultural precisa de emendas. (Foto: Divulgação)
Ideia é ampliar espaços para pedestres e criar áreas para feiras culturais. (Foto: Divulgação)
Ideia é ampliar espaços para pedestres e criar áreas para feiras culturais. (Foto: Divulgação)

Assim como ocorreu na Rua 14 de Julho, o projeto também prevê inserção de arborização e melhorias na iluminação. Mas, o grande diferencial, seria a criação de uma identidade visual para a comunidade através, por exemplo, de artes com grafite.

Conforme explicado pelo vereador Ronilço Guerreiro, agora é o momento de levantar os valores necessários. Inicialmente avaliado em R$ 3.6 milhões, o valor precisou ser alterado para R$ 4,5 milhões, de acordo com responsável pelo projeto.

“Estamos atrás de emendas parlamentares para colocar o projeto em prática. Acho muito importante porque vai proporcionar o empreendedorismo da comunidade, resgate cultural e fazer com que as pessoas de Campo Grande conheçam os pontos turísticos”, diz Ronilço.

Apesar da animação com a aprovação da prefeitura, o presidente da associação diz que há um certo receio. Unindo a falta de verba e os outros projetos da comunidade que aguardam pelo início das obras, a esperança é que a realidade mostre que tudo irá sair do papel.

“Nossa igreja recebeu investimento para ser reformada, mas ainda não começaram as obras. Nosso salão de festas também está impossibilitado de ser usado por trâmites da prefeitura, então estamos esperando para ver se tudo vai ser feito”, diz Ronaldo.

Ajuste na praça e ampliar calçadas são alguns pontos sugeridos como possível projeto. (Foto: Juliano Almeida)
Ajuste na praça e ampliar calçadas são alguns pontos sugeridos como possível projeto. (Foto: Juliano Almeida)
Projeto de revitalização da Igreja São Benedito aguarda execução. (Foto: Divulgação/Fundação de Cultura)
Projeto de revitalização da Igreja São Benedito aguarda execução. (Foto: Divulgação/Fundação de Cultura)

Moradora da comunidade, Guilhermina Luiz Martins, de 53 anos, destaca que todos os investimentos são bem-vindos. “A gente quer que melhore sempre, se melhorar a gente fica feliz”, diz.

Além de atingir a comunidade quilombola, ela destaca que toda a região será beneficiada com as melhorias. Concordando com a vizinha, a vice-presidente da associação, Lucia da Silva, de 59 anos, pontua que a ansiedade é grande.

“Um projeto desses vai nos ajudar a espalhar nossa história, fazer com que mais pessoas saibam sobre a Tia Eva. Nós temos, por exemplo, mulheres que fazem artesanato e podem contar essa história através de bordados”, comenta Lucia.

Outros tipos de produtos também estão sendo pensados pela comunidade, de acordo com a vice-presidente. “Queremos que a comunidade venda comida típica, roupas, faça outros produtos. Tudo isso vai atrair turistas, melhorar o que temos hoje. Agora, também precisamos nos organizar para ter ainda mais qualificação”.

Por enquanto, o corredor gastronômico e cultural da comunidade Tia Eva se soma aos outros 7 projetos que aguardam investimentos. Até agosto de 2022, existiam oito locais, sendo que apenas o da Bom Pastor havia recursos destinados.

Além da Tia Eva e da Bom Pastor, o município conta com corredores aprovados na Avenida Marquês de Pombal, Mata do Jacinto, Jardim Itamaracá, Moreninhas, Nova Lima, Centro e Jardim Parati.

Guilhermina diz que a maior preocupação da comunidade é que as melhorias cheguem. (Foto: Juliano Almeida)
Guilhermina diz que a maior preocupação da comunidade é que as melhorias cheguem. (Foto: Juliano Almeida)

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