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Artes

Esquenta de festa em Piraputanga traz "Piraquilombo" ao bairro São Francisco

Aline Araújo | 14/12/2014 08:40
Preparação de ensaio geral no bar Vai ou Racha.
Preparação de ensaio geral no bar Vai ou Racha.

Na entrada, quem vai celebrar com a Nação Piraquilombo recebe uma fita florida para colocar no pulso, marcar a presença e já entrar no clima colorido e alegre da Folia de Reis e Festa do Boi Bumbá. A tradição trazida da Bahia para o distrito de Piraputanga, que fica há 135 km de Campo Grande, começou com Chica Baiana, que chegou ao vilarejo por volta de 1949 e trouxe na mala as festas como herança cultural.

Em Piraputanga a festa dura 11 dias, de 25 de dezembro até o dia 6 de janeiro. O cortejo visita a casa dos moradores levando o boi, muita roda de samba e alegria. Quem pode, contribui para a a grande folia, realizada no último dia da festa, com comida a vontade para toda a comunidade.

Folia em Piraputanga. (Foto: Divulgação)
Folia em Piraputanga. (Foto: Divulgação)

A tradição até ficou adormecida por anos, Chica perdeu as duas pernas por conta da diabetes e ficou impossibilitada, até passar o “Boi” para o músico Rony Peterson, de 30 anos, descendente da comunidade que ficou incumbido de não deixar a festa morrer.

E para fortalecer a tradição, ele fez parcerias com núcleos de artes e trouxe uma mostra de toda a magia do boi para ser celebrada em Campo Grande e Dourados. Na sexta ocorreu na Capital o ensaio geral da grande festa, como maneira de divulgar a tradição e levar mais gente para Piraputanga.

“O que eu quero é que essa festa se torne parte do calendário oficial do Estado e que ela siga de maneira natural ao longo dos anos. Levando alegria para todos os lugares!”, comenta Rony.

Em Campo Grande, o Bar Vai ou Racha abriu as portas para festejar a folia. O dinheiro da entrada vai ser usado para fazer o boi girar pelo interior.

Nem a chuva atrapalhou a festa, que foi celebrada com muitas “ladainhas”, músicas rimadas que falam sobre o cotidiano e fatos curioso do lugar onde foi criada. “Oh limoeiro... baixa o galho que eu quero tirar o limão. Tava sentado em baixo do limoeiro meu amor é bandoleiro? Eu não. Eu não”, brinca uma das canções.

Em Campo Grande a festa ganha a força do Imaginário Maracangalha e Dourados tem o apoio do Coletivo Casa dos Ventos. Junção do religioso e do profano, com muita alegria, o boi todo trajado de chita e brilho entra na roda para girar e exaltar a benção que é viver.

No ano passado, um documentário filmado no vilarejo contou um pouco da história da tradição e de como o Boi Bumbá entrou para a cultura do Estado, pelos imigrantes que fundaram Piraputanga na década de 50. Quando o som do pandeiro e do tambor entram em cena, não tem quem fique parado.

Confira abaixo do documentário sobre a festa:

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