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Artes

Povo dado como extinto ganha vida em filme rodado em Campo Grande

Por Thailla Torres | 04/08/2025 11:02
Povo dado como extinto ganha vida em filme rodado em Campo Grande
O nome “Mapago” significa onça na língua Guató, e o filme usa essa imagem para mostrar a força das personagens principais.

As filmagens do curta-metragem “Mapago” começaram neste domingo (3), em Campo Grande, trazendo para o cinema uma história diferente e forte. O filme mostra a vida de mulheres indígenas que moram na cidade, mas carregam dentro de si as raízes de um povo que já foi dado como extinto: os Guató, originários do Pantanal.

RESUMO

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Iniciado em Campo Grande, o curta-metragem "Mapago" narra a história de mulheres indígenas Guató, originárias do Pantanal, que residem na cidade. Com 16 minutos de duração, o filme acompanha o cotidiano, memórias, dores e sonhos dessas mulheres, buscando dar voz a um povo que já foi considerado extinto. O título, que significa "onça" na língua Guató, simboliza a força das personagens.Protagonizado e roteirizado por Gleycielli Nonato Guató, indígena e professora, e MC Serena, cantora e atriz, o filme mistura realidade e poesia para retratar a resistência da identidade indígena mesmo fora das aldeias. A obra homenageia Dona Neguinha, última cantora conhecida da língua Guató, e afirma a existência e a luta do povo Guató. Com direção de Marcus Teles, o filme utiliza luz natural e cenas improvisadas para realçar a autenticidade das personagens. "Mapago" tem previsão de lançamento para 2024 e conta com apoio do Programa Nacional Aldir Blanc e da Fundação de Cultura de MS.

O nome “Mapago” significa onça na língua Guató, e o filme usa essa imagem para mostrar a força das personagens principais. A história é protagonizada por duas artistas que também assinam o roteiro: Gleycielli Nonato Guató, indígena e professora, e MC Serena, cantora e atriz criada na periferia de Campo Grande.

Apesar de ter apenas 16 minutos, o filme tem um grande impacto. Ele mistura realidade e poesia, mostrando o dia a dia dessas mulheres, suas memórias, dores e sonhos. A ideia é dar voz a quem por muito tempo foi silenciado. “Ser indígena é carregar o território no corpo, na veia. Nós seremos o que quisermos ser em qualquer lugar”, afirma Gleycielli.

A história mostra que não é preciso viver na aldeia para ser indígena. Mesmo longe do Pantanal, as personagens seguem firmes em sua identidade. O filme também presta homenagem a Dona Neguinha, última cantora conhecida da língua Guató.

Para Serena, o filme é uma forma de mostrar que o povo Guató ainda existe e resiste. “Nosso povo foi declarado extinto. Mas existimos. Criar uma obra como Mapago é dizer isso ao Brasil e ao mundo. Que estamos aqui, com nossas dores, com nossa arte, com nossa história.”

O diretor Marcus Teles explica que quis fazer um filme sensível e verdadeiro. A câmera acompanha as personagens de forma simples, com luz natural e cenas improvisadas, valorizando o sentimento de cada momento. “Gleycielli e Serena não interpretam papéis. Elas vivem. A verdade vem delas”, conta o diretor.

“Mapago” é um filme que fala da força das mulheres indígenas e da importância de não esquecer as origens, mesmo vivendo nas cidades. A previsão é que o filme seja lançado no próximo ano. O projeto tem apoio da PNAB (Programa Nacional Aldir Blanc) e da Fundação de Cultura de MS.

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