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Artes

O universo gay no cinema volta a Campo Grande com Festival Mix Brasil

Ângela Kempfer | 27/06/2012 11:39
Ao chegar em  uma nova vizinhança, Laure, que se identifica mais como um garoto do que como uma garota,  apresenta-se às outras crianças como Mikael, é a história de Tomboy.
Ao chegar em uma nova vizinhança, Laure, que se identifica mais como um garoto do que como uma garota, apresenta-se às outras crianças como Mikael, é a história de Tomboy.

No ano passado, a ideia chegou a Campo Grande preparada para o melhor e para o pior. Em uma cidade tida como conservadora era difícil precisar qual seria a participação do público em um festival de cinema só com filmes que falam sobre gays.

“Confesso que vim mais preparado para o pior, mas foi surpreendente. Deu super certo”, comemora o produtor executivo do Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade, Leandro Marques, prestes a abrir a segunda edição local da mostra.

Apesar de crescer aqui, em 2011 há 4 anos Leandro não voltava e tinha notícias nada animadoras da cidade. “O Cine Cultura tinha acabado de fechar, a Cultura não ia muito bem por aqui, eu pensava”, lembra. Mas a história foi diferente. Na primeira edição, em setembro do ano passado, a sala ficou cheia desde a primeira projeção e a cada dia lotava mais.

De volta ao Estado a partir do dia 5 julho, com longas e curtas-metragem, documentário, workshop, debates com atores e diretores, o Festival evoluiu de tal forma que hoje o preconceito não é o mote principal. A mostra pretende exibir o homossexual como uma pessoa como qualquer outra, criativa, engraçada, com conflitos, desilusões e projetos.

Depois de 15 dias de exibições em São Paulo, a versão que percorre o País é enxuta. Tem apenas 3 dias de sessões com os destaques da mostra nacional e um dia com grande workshop sobre a imprensa.

No MIS (Museu da Imagem e do Som), no dia 5, a abertura será com conversa. Formado na UFMS, mas há 5 anos em São Paulo como editor das revistas Mixbrasil e H Magazine, Hélio Filho comandará o debate basicamente sobre como os jornalistas tratam a questão GLBT.

Leitor de jornais locais, ele diz que muita coisa melhorou, mas a preocupação continua quanto ao jeito como as notícias envolvendo homossexuais são repassadas. “O ideal é que os casos sejam inseridos no noticiário como um crime qualquer, contra uma pessoa comum, não como um show”, explica.

Toda a participação será gratuita, inclusive as projeções que tem na programação o filme francês Tomboy, que levou o Teddy Bear do Festival de Cinema de Berlin/2011. Nas mostras competitivas há 11 curtas.

Entre os destaques estão o documentário “Olhe para mim de novo” sobre uma mulher que virou lésbica e agora é homem e “Teus Olhos Meus”, primeiro longa assinado pelo poeta, compositor e diretor Caio Sóh, que tem no elenco Paloma Duarte e Roberto Bomtempo, e trilha sonora de Maria Gadu.

Já o diretor sul-mato-grossense Dannon Lacerda traz o curta-metragem Diálogo, escolhido pelo público como o melhor curta nacional na edição carioca do Festival Mix Brasil no ano passado. A exibição será no dia 7, às 19 horas.

"Diálogo é um filme sobre relacionamento humano, independentemente de suas possíveis configurações – no caso, um relacionamento entre dois homens –, que busca no silêncio a reflexão sobre a importância da comunicação nos relacionamentos humanos", diz o diretor

Apareça - Horário: Quinta (5) e Sexta (6) a partir das 19h30 - Sábado (7), a partir das 19h00 e Domingo (8), a partir das 18h00. Local: O Museu da Imagem e do Som (MIS) fica na Av. Fernando Correa da Costa, 559 - 3º andar

"Teus Olhos Meus" fala de Gil, um jovem de 20 anos, questionador de si e do mundo, órfão criado pelos tios. Seu estilo de vida regado a violão, poesia e álcool, gera uma guerra familiar fazendo com que Gil vá embora de casa. Com o violão nas costas, sem rumo, dinheiro ou retaguarda de amigos, Gil conhece Otávio, um produtor musical que mudará seu destino para sempre.
"Teus Olhos Meus" fala de Gil, um jovem de 20 anos, questionador de si e do mundo, órfão criado pelos tios. Seu estilo de vida regado a violão, poesia e álcool, gera uma guerra familiar fazendo com que Gil vá embora de casa. Com o violão nas costas, sem rumo, dinheiro ou retaguarda de amigos, Gil conhece Otávio, um produtor musical que mudará seu destino para sempre.
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