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Comportamento

Amigo oculto, o "tiro no pé" nas festas de fim de ano

Elverson Cardozo | 04/12/2012 14:00
Ivonete já ganhou uma chaleira do amigo oculto. (Foto: Pedro Peralta)
Ivonete já ganhou uma chaleira do amigo oculto. (Foto: Pedro Peralta)

Chega o fim do ano, volta a onda do espírito natalino e, com ele, as brincadeiras e confraternizações que já viraram tradição. Trocar presentes entre os amigos, colegas de trabalho e familiares virou ritual. O problema é que muita gente não tem a mínima aptidão para identificar o gosto alheio e acaba errando feio na hora de presentear o amigo oculto.

A “bola fora”, de tão comum, parece regra. Sempre tem aquele que sai chateado por ter recebido algo que não gostou ou reclamando que comprou um presente caro e recebeu um agrado barato

Tem quem ama receber sabonetes, outros não gostam nem de pensar na possibilidade. Porta-retrato é outro motivo de discórdia. Incensos, perfumes, aromatizantes e guloseimas também. Acertar na roupa ou no calçado é outro desafio.

A lista dos possíveis presentes “tiro no pé” é imensa, mas não há receita, até porque gosto é algo individual, felizmente. A dica é ficar atento, prestar atenção na personalidade do colega, avaliar o que ele gosta, o que costuma usar e o que prefere ler, por exemplo.

Flamenguista roxo, Juliano Figueiredo de Oliveira, de 24 anos, ganhou, certa vez, um porta-retrato do Corinthians. O jeito foi retirar os adesivos do Timão para deixar o objeto “neutro”.

Quem deu o presente foi uma secretária que havia sido contratada recentemente na empresa onde trabalhava. “Eu dei aquela disfarçada. Eu tentei pelo menos”, relembra.

Thalita não participa mais de confraternizações para trocar presentes. (Foto: Pedro Peralta)
Thalita não participa mais de confraternizações para trocar presentes. (Foto: Pedro Peralta)

Mas essa não foi a única vez. Em outra situação, Juliano recebeu um cinzeiro de presente, mas não fumava na época.

Thalita Aparecida da Cunha Oliveira, de 18 anos, não participa mais dessas brincadeiras. O último presente que recebeu não agradou. “Ganhei uma blusa feia, muita feia, parecia um pano de prato. Só olhei e falei: Obrigada”, contou.

Ivonete Borges, de 37 anos, também não levou sorte. Em um amigo oculto que participou, quando trabalhava em uma casa de família, ganhou uma chaleira. A vizinha foi a responsável pela surpresa.

“Fiquei triste, mas fazer o que? Falei que gostei”, relembrou. Para a dona de casa, trocar presente com quem não conhece é um tiro no pé.

João Germano não gosta de ganhar presentes. (Foto: Pedro Peralta)
João Germano não gosta de ganhar presentes. (Foto: Pedro Peralta)

A professora Geruza Pereira dos Santos, de 33 anos, pensa da mesma forma, mas não deixa de participar das brincadeiras de fim de ano. Leva na esportiva e valoriza as boas relações.

Apaixonada por romance e publicações de atualidades, Geruza já ganhou um livro de terror. Não chegou nem a ler. “Eu não me preocupo com o que eu vou ganhar. É tudo uma brincadeira”, comenta.

Aos 71 anos, o vendedor ambulante João Germano é mais prático. Dispensa as brincadeiras para agradecer o ano e brindar as amizades. Nem presente gosta de ganhar e não é por conta do gosto. “Sou diferente de todo mundo. Não gosto que gastem nada comigo”, explicou.

"Sabe o que eu quero para o natal? Saúde", acrescentou.

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