Após 18 anos e um calote, turma realiza sonho de ter placa na UFMS

Dezoito anos passaram desde que os formandos da turma de Odontologia 2004 levaram um calote e não conseguiram realizar o sonho do descerramento da placa na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Finalmente, depois de todo esse tempo, o grupo se reuniu e, em meio à emoção de se reencontrar, os antigos alunos viram o espaço vazio ser ocupado pelos nomes que compuseram a turma.

Assim como na época da formatura, um dos alunos que se mantiveram na organização do grupo é o cirurgião-dentista, Saulo Roberto Mioto da Costa, de 40 anos. Durante o período final da graduação, Saulo foi presidente da comissão de formatura e conta que lidar com o problema da placa, na época, foi difícil.

Nesta quarta-feira (15), vestindo a camiseta da turma, foi ele quem fez as honras e deu as primeiras palavras antes de, finalmente, inaugurar a tão esperada placa. Emocionado, Saulo relembrou que aquele espaço pode não ter muitos significados para quem não fez parte da turma, mas que para os alunos é mais uma boa lembrança que precisava ser criada.

Por isso, ele e os colegas se reuniram através de um grupo no WhatsApp e decidiram retornar ao preparo da placa. “Na época da formatura nós fomos atrás de uma empresa para fazer a placa e recebemos a indicação de uma que já havia feito para outras turmas. Fizemos o pagamento de 50% e, na semana da instalação, não conseguimos mais contato com eles”, conta.

De acordo com Saulo, até a sala da empresa foi esvaziada e, com a ansiedade para se formar, os alunos optaram por deixar o momento da placa para depois. “A gente tinha até parado de pensar nisso, mas um colega que mora em Cuiabá esteve na UFMS neste ano e ficou chateado porque viu a placa de todas as outras turmas, menos a nossa”.

A partir disso, a turma voltou a pensar sobre a placa e, rapidamente, os ex-alunos se organizaram tanto para fechar o ciclo quanto para se reencontrar.

Eu sempre gostei das festas, das reuniões. Então é muito gratificante rever essas pessoas, até porque muitos se tornaram amizades prolongadas", narra Saulo.

“Eu avisei que só iria pagar o restante da placa quando fizesse o descerramento, dessa vez tinha que dar certo”, brinca Juliana Alves Teixeira, de 39 anos. Hoje cirurgiã-dentista, Juliana foi uma das alunas da turma de 2004 e, em conjunto a Saulo, organizou o evento tão esperado.

Feliz por finalmente ter a placa exposta ao lado das outras turmas, ela detalha que a situação acabou virando piada no decorrer dos anos.

O nosso sonho de placa foi roubado e ficamos conhecidos pela turma dos sem placa. Por todo tempo houve um vazio ali na parede, mas fizemos uma vaquinha e todo mundo foi muito solícito para dar certo, conta Juliana.

Assim como os colegas, Juliana explica que além de finalizar a etapa que faltava, o evento também foi uma alegria por gerar o reencontro da turma. “Algumas pessoas não conseguiram participar, mas faz parte. É sempre muito bom rever os colegas e ter esse momento”.

Entre os nomes que não estiveram no evento está o professor que foi homenageado pela turma, Gerson Hiroshi Yoshinari. Juliana detalha que o professor era muito querido pelos alunos e que, infelizmente, faleceu há alguns anos.

“Ele deixou muita saudade, sempre foi muito presente na nossa turma. Era um professor carismático e temos muito amor por ele. Por isso escolhemos essa homenagem enquanto ele ainda estava entre nós e quisemos manter agora também”, completa.

Atual diretor da Faculdade de Odontologia da UFMS, Fábio Nakao, de 45 anos, também participou da comemoração. Na época da formatura, Fábio ainda estava iniciando sua carreira como professor na universidade e conta que por isso se aproximou ainda mais da turma.

“Eu fazia estágio, era professor voluntário e atuava como substituto. Na época, nós éramos uma mistura porque eles eram meus colegas e também meus alunos. Acredito que temos essa proximidade por isso e fico muito feliz com esse momento, por revê-los”, diz Fábio.

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