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Comportamento

Após 2 anos de espera, telefonema tornou Glauciane e Luan pais

Casal tentou engravidar, mas foi através da adoção que encontraram sentido para a vida

Por Natália Olliver | 26/05/2025 07:55
Após 2 anos de espera, telefonema tornou Glauciane e Luan pais
Glauciane e Luan se tornaram pais de Márcia e Gabriel em 2023 (Foto: Paulo Francis)

“Quando o meu telefone tocou, foi o momento em que meus filhos nasceram. Ali foi o meu parto”.

A frase de Glauciane Diandra Teixeira, de 34 anos, fez o marido, Luan Fagner Santos, de 36 anos, chorar.Sentados em cadeiras de praia no Parque das Nações Indígenas, o casal, que está junto há mais de 15 anos, conta como se tornaram pais. Bastou um toque de celular para mudar toda a vida dos dois. A ligação era aguardada por eles, mas a chegada dos filhos era ainda mais.

A história não foi fácil. Quem escutou os dois contando, durante o piquenique do Dia Nacional da Adoção, feito pelo GEAAV (Grupo de Estudos e Apoio à Adoção Vida de Campo Grande) neste domingo (25) até acha que o processo de adoção foi rápido.

Ao todo, foram quase dois anos de espera e preparoaté aquela ligação do dia 5 de dezembro de 2023. Márcia, agora com 7 anos, e Gabriel, com 4, entraram na vida do casal e brincam no parque enquanto eles relembram como tudo aconteceu.

A vontade de ter filhos sempre esteve presente na vida dos dois, mas não era uma prioridade no início do casamento, que começou quando ainda eram jovens, aos 18 e 20 anos. Eles até tentaram engravidar naturalmente, mas a saúde de Glauciane e alguns problemas não deixaram que isso acontecesse. Depois de três tentativas, resolveram que era hora de acolher alguém que já estava no mundo.

Após 2 anos de espera, telefonema tornou Glauciane e Luan pais
Luan se emociona ao ouvir esposa falar de como foi o processo de adoção (Foto: Paulo Francis)

“Fiz cirurgia para desobstruir trompas, a gente desobstruiu, fiz tratamento para ovular, mas a gente nunca conseguiu. E aí, quando foi essa última vez, a gente trocou uma ideia, conversamos sobre tentar a adoção".

Após fazer o curso para se capacitar a receberem as crianças - coisa que nenhum dos dois sabia que era necessária -, enfim, o processo acabou.

Em todos esses anos de casados, em 5 minutos viramos pais. Conhecemos, de fato, eles numa segunda-feira lá no Fórum. A gente fala que, quando chegou lá às 8 horas da manhã, éramos eu e ela e, minutos depois, viramos quatro. Na salinha da assistente social também foi um momento mágico. A gente lembra da sensação até hoje. Foi muito emocionante”, conta Luan.

Embora a espera tenha sido longa, todo o trâmite jurídico para que as crianças estivessem com eles foi “simples”. Tanto é que os dois até se surpreendem por não terem enfrentado muitas dificuldades nesse sentido.

“Quando o meu telefone tocou, foi o momento em que meus filhos nasceram, sabe? Literalmente. Na hora em que me ligaram lá, e a assistente social falou que deu certo e mandou as fotos pelo Whats. Daí à noite eu já sentia que estava incompleta, porque eu não estava com eles, não tinha dado banho, não tinha dado janta.”

Após 2 anos de espera, telefonema tornou Glauciane e Luan pais
Casal não sabe por que esperaram tanto tempo para ter filhos (Foto: Paulo Francis)

Luan acrescenta que, quando viu a carinha dos filhos de perto, era como se já tivessem se conhecido antes. “Na hora em que você olha a carinha da Márcia, do Gabriel, parece que a conexão já existia. A gente tem certeza de que já era para ser desde o princípio”.

Glauciane conta que os filhos são indígenas e que o diálogo com o mais novo foi um desafio maior no início, já que, na época, ele tinha 3 anos. “O Gabriel não tinha a oralidade muito clara. Claro que, nessa idade, tem criança que demora mais para falar, ele até que melhorou, mas, quando chegou, só falava para a gente ‘ia’ e gesticulava muito com as mãos.”

A chegada das crianças mudou a rotina do casal para melhor. Antes, eles não se preocupavam com as refeições e deixavam a vida corrida engolir os momentos de pausa, como os cafés da manhã e o jantar. Agora, esses momentos são sagrados.

Após 2 anos de espera, telefonema tornou Glauciane e Luan pais
Ideia de adotar começou anos antes de Luan e Glauciane iniciarem processo (Foto: Paulo Francis)

“Tudo pensado sempre neles. A gente saía muito para comer fora. Tudo, literalmente tudo que a gente faz hoje em dia, é pensando no bem-estar deles, na saúde deles, na vida deles. A gente tem que ter um cuidado, porque eles já foram muito machucados. Então, a gente tem que fazer o possível para que nada de ruim aconteça. Eu fico pensando que antes não fazia sentido, antes deles comigo", finaliza Glauciane.

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