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Comportamento

Após abandonar tudo por uma vida melhor, "Caçadores de bons exemplos" está em MS

Ângela Kempfer | 30/01/2014 11:08
Chegada de Eduardo e Iara a Mato Grosso do Sul na semana passada.
Chegada de Eduardo e Iara a Mato Grosso do Sul na semana passada.

Depois de conhecer 900 projetos pelo Brasil, rodar 185 mil quilômetros, o casal “caçador de bons exemplos” está em Mato Grosso do Sul. Eduardo e Iara Xavier viajam pelo País há 3 anos, procurando gente que tenta melhora a vida de outras pessoas, para então divulgar essas iniciativas e assim estimular outros a estenderem a mão.

O casal começou o roteiro sul-mato-grossense por Costa Rica, já passou por Chapadão do Sul, Campo Grande, Aquidauana, Anastácio, Miranda e agora está em Corumbá. Não há um caminho definido, eles vão seguindo as indicações de bons exemplos, sempre apontadas por moradores, e já encontraram 18 boas histórias por aqui.

O início dessa empreitada foi em 2011, uma reação diante de tantas “notícias ruins”, explica Iara. O casal vendeu o apartamento onde morava no interior de Minas Gerias, pegou o carro e saiu com os planos de viajar por 5 anos, pelo Brasil e depois pelo mundo.

Para cumprir a primeira parte da proposta, agora só faltam 3 estados: Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, que devem ser visitados até junho, para depois eles atravessarem as fronteiras na América Latina.

“O mais interessante é que a gente pergunta e muitas vezes nem os vizinhos sabem que ali naquela rua há um ponto luminoso ao lado da casa dele. Que tem alguém fazendo algo interessante para ajudar aos outros”, diz ela, que até então trabalhava como administradora de empresas.

A ideia é ficar por aqui até o dia 10 de fevereiro e ainda passar por Bonito, Nioaque, Dourados, Amambai e Eldorado. “Recebemos sugestões de vários projetos que existem nesses municípios”, justifica Iara.

Registro da visita do casal ao projeto "IDE".
Registro da visita do casal ao projeto "IDE".

Exemplos - Na página do “Caçadores de Bons Exemplos” no Facebook e no blog do projeto, o casal faz o registro do que encontra e publica depoimentos dos criadores, para incentivar doações e novas ideias.

Em Campo Grande, os “Caçadores de Bons Exemplos” conheceram o Projeto Impacto Aventuras, criado por um grupo de amigos que visita mensalmente escolas públicas, usando o rapel, a tirolesa e as escaladas, como forma de envolver os alunos e assim aproveitam para falar de valores morais e culturais.

Descobriram inclusive, a história de um menino de 13 anos que resolveu convidar outros jovens para criar um time de futebol como forma de evitar o envolvimento em crimes. Com o tempo, a proposta evoluiu para aulas de balé para as meninas e hoje o "Asas do Futuro" atende 230 crianças e adolescentes e oferece oficinas de hip hop, violino, violão, flauta, percussão na lata, capoeira, artesanato, taekwondo, futsal, futebol de campo, informática e auxílio tarefa. Tudo, dentro da casa da família que decidiu fazer a diferença no bairro.

No Jardim Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a boa surpresa chegou com o CICA (Centro de Integração da Criança e do Adolescente), fundado em 1998 e atualmente com 250 crianças e adolescentes entre 07 e 14 anos, em situação de vulnerabilidade social.

Aqui na cidade, o casal também conheceu as ações ambientais do Ecoa, o projeto Maná do Céu, criado para combate à pobreza com novas formas de geração de renda e o IDE, dos irmãos Manoel e Enéias Barbosa, também executando na casa dos pais para atender 100 crianças por mês, com oficinas de leitura, música, teatro e esporte. Da primeira iniciativa, surgiu o “Uns Por Todos” que mobiliza voluntários para ações que garantam a integração entre escolas, associações, igrejas, instituições públicas. 

Pelas andanças, Eduardo e Iara confirmaram a tese de que as pessoas reagem ou pela dor ou pelo amor. “Tem muitos que começam um projeto depois de uma situação traumática, mas outros é por acreditar que podem mudar o mundo para melhor”, lembra

Como não têm nenhum apoio institucional e garantem não haver relação política ou religiosa com o projeto, os custos são bancados com as reservas do casal, depois da venda do apartamento, mas a recompensa diária é boa e imediata, comenta Iara. “O nosso grande pagamento é quando alguém liga ou manda e-mail dizendo que quer contribuir com um dos projetos que a gente visitou ou que vai criar algo baseado nas histórias que a gente conta.”

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