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Comportamento

Bilhete no retrovisor prova que raio da honestidade pode cair 2x no mesmo lugar

Paula Maciulevicius | 30/11/2015 15:00
Recado deixado nesta segunda, pede desculpas pelo transtorno e deixa telefone de contato.
Recado deixado nesta segunda, pede desculpas pelo transtorno e deixa telefone de contato.

Nove meses de diferença entre a primeira e a segunda vez. O mesmo retrovisor sofreu uma batida em fevereiro e outra agora, em novembro. E de novo, um bilhete pedindo desculpas com o telefone do responsável, foi deixado. A prova de que o raio da honestidade pode cair duas vezes no mesmo lugar. Neste caso, no carro de Felipe.

Ao espalhar o episódio pelas redes sociais, ele descreve: "Uma sorte: pela segunda vez no ano, bateram no carro, mas deixaram bilhete. Um azar: pobre retrovisor, vítima pela segunda vez", acompanhado de risos. Assessor jurídico na Defensoria Pública do Estado, ele já estava dentro do veículo quando reparou um guardanapo deixando no para-brisa, no final da manhã desta segunda-feira (30), no bairro Chácara Cachoeira. 

"Eu estava falando no telefone quando olhei, parecia um bilhete escrito. Desliguei para ver, quando levantei do banco do carro para pegar, ela já veio", conta Felipe Epelbaum. A motorista, uma mulher, estava numa clínica próxima, deixou o bilhete com os dados, mas ainda assim esperou pelo rapaz.

Primeiro bilhete, deixado em fevereiro deste ano.
Primeiro bilhete, deixado em fevereiro deste ano.

A escrita dizia "desculpe pelo transtorno eu bati no seu retrovisor, me ligue para que eu pague", seguido do telefone. Para Felipe, ela explicou que já tinha chorado horrores pelo nervoso e que acertou o retrovisor ao desviar de um veículo que fez uma manobra brusca. "O cara que fechou ela acelerou e fugiu. Além disso, o retrovisor dela ficou detonado", completa Felipe.

O advogado dispensou a oferta dela de pagar pelo estrago, alegando que "acontece". "Normalmente batem e foge, falei que ela nem precisava se preocupar". Em fevereiro, o mesmo retrovisor foi atingido, quando o carro, um Nissan Sentra, estava estacionado na Rua Maracaju. Na ocasião, a motorista também deixou um bilhete pedindo desculpas e com o número de telefone.

Dessa vez, o retrovisor não caiu, apenas saiu do lugar. Por ser elétrico, Felipe não consertou na primeira batida. "Arranjei um amigo que colou com super bonder, eu nem cobrei dela, porque é caro. Depois disso, nem vou cobrar agora. Falei 'nem vou te cobrar, senão teria que cobrar da primeira, vou pegar seu bilhete porque achei legal', reproduz.

A atitude tão simples e, ao mesmo tempo, tão difícil hoje em dia, repetiu o sorriso em Felipe, como da primeira vez, em fevereiro. "Eu até pensei em colocar de legenda: que realmente um raio cai duas vezes no mesmo lugar", brinca. Sobre voltar a acreditar na humanidade, ele responde que a situação é exemplo disso.

"A gente já começa a acreditar porque isso está sendo mais comum ultimamente. Não que seja regra ainda, porque as pessoas continuam se surpreendendo com essas coisas", resume.

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Como ficou da outra vez.
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Agora retrovisor apenas "desencaixou".
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