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Comportamento

Casamento teve as cores da Angola e uma família que não se via há anos

Casamento realizado na última semana emocionou convidados, por unir duas culturas com amor e personalidade

Thailla Torres | 05/01/2022 07:09
O beijo depois do "sim" foi rodeado pelos amigos e padrinhos que vestiam trajes especiais. (Foto: Deivison Pedrê)
O beijo depois do "sim" foi rodeado pelos amigos e padrinhos que vestiam trajes especiais. (Foto: Deivison Pedrê)

Ela é nascida em Campo Grande, ele veio ao mundo em Luanda, capital da Angola. Os dois hoje formam um casal que, na semana passada, surpreendeu convidados com uma cerimônia de casamento belíssima, capaz de unir duas culturas com amor, respeito e personalidade, sem que ninguém deixasse de lado as suas origens.

Assim foi o casamento da bióloga campo-grandense Emmly Ernesto de Lima Kigingo e do contador angolano Antonio Kigingo. Mesmo após sim emocionante e a festa animadíssima, eles se emocionam ao se lembrar dos detalhes.

Antonio Kigingo entrando com seus pais Alberto Gomes e Conceição Vunge. (Foto: Deivison Pedrê)
Antonio Kigingo entrando com seus pais Alberto Gomes e Conceição Vunge. (Foto: Deivison Pedrê)
Emmly entrando com seus pais Vânia Regina e Samuel de Lima. (Foto: Deivison Pedrê)
Emmly entrando com seus pais Vânia Regina e Samuel de Lima. (Foto: Deivison Pedrê)

Ela suspeitava que a cerimônia fosse especial como toda expectativa de um casal, mas quando entrou e viu os detalhes que os dois haviam escolhido juntos, aquele momento tornou-se ainda mais surreal, lembra Emmly. “Foi o casamento mais lindo que eu já vi na vida. Nem nos meus sonhos eu imaginava que seria dessa forma. Tudo muito intenso e significativo para nós dois”.

O casamento teve muitos detalhes especiais. Mas antes, eles preferem contar como se conheceram. Há seis anos, quando Kigingo, como prefere ser chamado, chegou a Campo Grande, conheceu a mãe de Emmly na igreja que costumava frequentar. “A mãe dela me viu, conversamos e me chamou para almoçar na casa dela. Conheci a família e a Emmly”, conta o noivo.

Naquela época, os dois se tornaram amigos. “Cada um tinha outro relacionamento e viramos melhores amigos”. Quatro anos depois, solteiros, Emmly e Kigingo perceberam que o sentimento entre eles foi para outro patamar. “Então, a gente decidiu sair. Foi numa pizzaria que rolou nosso primeiro beijo e pouco tempo, depois começamos a namorar”.

Avô de Emmly, Seu Ernesto, entrando com as alianças em um bastidor que une África e Brasil. (Foto: Deivison Pedrê)
Avô de Emmly, Seu Ernesto, entrando com as alianças em um bastidor que une África e Brasil. (Foto: Deivison Pedrê)

Em janeiro de 2020, surgiu o pedido de casamento e a cerimônia foi marcada para abril do mesmo ano, no entanto, a pandemia da covid-19 impediu que familiares e amigos da Angola viessem para o Brasil. Por isso, a festa foi remarcada para o último dia 29 de dezembro de 2021, no espaço Recanto do Sabiá.

A maior realização do casal foi ter conseguido trazer os pais e familiares de Kigingo. Quase 30 pessoas desembarcaram da Angola para participar do casamento. “Fazia cinco anos que eu não abraçava os meus pais”, contou Kigingo.

Já a cerimônia teve detalhes especiais, que uniram a cultura brasileira e angolana. A decoração tinha a bandeira do Brasil e da Angola e algumas obras de arte do país africano. Padrinhos e alguns convidados vestiram trajes feitos com um tecido da Angola chamado Samakaka, que traziam as cores da bandeira, como o preto, o vermelho e o amarelo. Algumas mulheres usaram turbantes coloridos. A noiva entrou com flores de xaraés no cabelo, que traz um significado especial com identidade sul-mato-grossense.

Emmly entrou com seus pais Samuel de Lima e Vânia Regina, Kigingo chegou com os pais Alberto Gomes e Conceição Vunge, que também vestiam trajes típicos da Angola.

Entrada dançante dos padrinhos. (Foto: Deivison Pedrê)
Entrada dançante dos padrinhos. (Foto: Deivison Pedrê)

No cardápio, também teve um jantar tradicional angolano com frango ao molho de jinguba (amendoin), funge, kizaca (folha de mandioca com amendoim e berinjela), feijão de óleo de palma e miteta (carne seca com sementes de abóbora). A comida foi toda preparada pela mãe e uma prima do noivo.

“Quem me conhece sabe que eu sou um africano raiz, gosto muito do colorido. Por isso, eu pedi um tecido especial e conseguimos encontrar uma costureira daqui muito bacana para confeccionar as roupas”, diz Kigingo.

Para Emmly, olhar as fotografias ainda é motivo de lágrimas, mas de muita alegria. “Foi o casamento dos sonhos. E o mais bacana foi que conseguimos alinhar nossos pensamentos e unir nossas famílias. Não foi uma festa de uma pessoa só, foi de todo mundo”.

Agora, o maior sonho do casal é poder viajar para Angola. “Quero muito conhecer o país dele”, finaliza Emmly.

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