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Comportamento

Colecionador de pimentas tem 146 espécies e cultiva a mais ardida do mundo

Elverson Cardozo | 16/10/2014 06:53
Colecionador apresenta a Carolina Reaper, que entrou para o Guinness Word Records. (Foto: Alcides Neto)
Colecionador apresenta a Carolina Reaper, que entrou para o Guinness Word Records. (Foto: Alcides Neto)

Tem gente que coleciona cédulas, moedas, carros antigos, cartões de telefone, entre tantas outras coisas que, de tão comum, já não causa tanta surpresa. O acadêmico de engenharia mecânica Willian de Oliveira Ballock, de 25 anos, morador de Campo Grande, preferiu as pimentas e, hoje, ele tem um catálogo com, pelo menos, 146 espécies, incluindo a Carolina Reaper, que entrou para o livro dos recordes, o Guinness Word Records, por ser considerada a mais forte do mundo.

“Ela é dos Estados Unidos, do estado da Carolina do Sul, por isso o nome. É a mais ardida. Muito fora do normal. Já experimentei, mas nunca consegui comer”, relata.

Na escala Scoville, que classifica ardência, explica o colecionador, a espécie aparece com média de 1.569.300 milhões, com níveis de pico de mais de 2,2 milhões. Considerada uma pimenta nuclear, a Carolina é tão potente quanto os sprays de pimenta usados pela polícia, divulgou, em 2013, à época do título, a Associated Press, agência de notícias americana.

Willian coleciona pimentas de vários países. (Foto: Alcides Neto)
Willian coleciona pimentas de vários países. (Foto: Alcides Neto)
Black Pearl. (Foto: Alcides Neto)
Black Pearl. (Foto: Alcides Neto)
Carolina Reaper. (Foto: Alcides Neto)
Carolina Reaper. (Foto: Alcides Neto)

“A malagueta, bodinha, essas que a gente conhece aqui, não chegam nem aos pés dessa”, compara. Willian conseguiu a semente da Carolina Reaper negociando com um colecionador de Portugal.

Ele faz esse intercâmbio, com Portugal e outros países, há 4 anos, desde que começou a mexer com pimentas. “Comecei porque queria achar alguma coisa para fazer, algum hobby para ocupar o tempo”, diz.

Hoje, o estudante tem as pimentas mais ardidas do mundo e mais raras também. Plantadas, estima, deve ter cerca trinta e cinco. Como sementes, coleciona mais de 100. São tipos que vieram de países como Estados Unidos, Alemanha, República Dominicana e Jamaica, por exemplo.

Na lista tem a Black Pearl, uma das mais bonitas, segundo ele. “Parece pérola negra. É ardida, mas não chega a ser nuclear como as outras”. As folhas dessa pimenta são negras. Outra que ele destaca é a Bhut Jolokia. “Ficou por muito tempo como uma das mais ardidas”, afirma.

Catálogo tem sementes com nomes das pimentas. (Foto: Alcides Neto)
Catálogo tem sementes com nomes das pimentas. (Foto: Alcides Neto)

O material elenca nomes familiares para os brasileiros e não-colecionadores, como Bicão, Biquinho Amarela, Bode Vermelha, e outros pouco conhecidos: 7 Molhos, Habanero Big Sun, Goronong, Fatalii, Jalapeño Infernal, Santiago e Yellow, Lemon Drop, Leopard, Mata Frade, Mexiquim, Mistery, Trinidade Scorpion, Starfish, Tuscan Peaper, entre tantas outras.

Willian tem um verdadeiro catálogo em casa e, junto com ele, correspondências do Brasil e do exterior, devido aos vários contatos que mantém com outros colecionadores.

Por um tempo, o rapaz dedicou apenas à coleção, mas, agora, cultiva para vender. O hobby, que está virando negócio, dá trabalho, porque as pimentas exigem cuidados especiais, que vai do abudo à manutenção para não morrer. Mas o colecionador sente-se realizado. “Tenho até ciúmes. Sei quantas pimentas tem em cada. Se sumir uma frutinha eu sei que tiraram. São minhas filhas”.

Cultivo exige cuidados especiais. (Foto: Alcides Neto)
Cultivo exige cuidados especiais. (Foto: Alcides Neto)
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